Rashid tem motivos para comemorar: após uma interrupção abrupta em seu show na última edição do Lollapalooza 2019, o rapper retorna ao palco do festival em grande estilo.
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Da vez anterior, o artista fazia sua estreia solo no Lolla. Foram apenas duas músicas e logo o show foi cancelado, por conta das fortes chuvas que atingiram o Autódromo de Interlagos no dia 6 de abril de 2019. A organização do evento prometeu que ele estaria na edição seguinte.
Agora, ele volta ao mesmo palco Budweiser - dessa vez no domingo - para encerrar o ciclo, mas também para consolidar uma nova fase em sua carreira.
Na época, sua música mais conhecida era “Bilhete 2.0″, com Luccas Carlos. De lá para cá, vieram novos projetos e canções que repercutiram ainda mais, como “Pipa Voada”, com Emicida, e “Sobrou Silêncio”, com Duda Beat - ambas de seu álbum “Tão Real”, lançado no começo de 2020.
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O Metro World News conversou com Rashid sobre as expectativas para o Lollapalooza e o momento atual de sua carreira. Confira.
Seu show foi interrompido logo no começo no Lolla 2019 e, desde então, foi preciso uma longa espera para retornar ao palco do festival. Quais suas expectativas para a apresentação deste ano?
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Primeiro: o Rashid bate recordes como o artista mais presente em line-ups do Lolla (risos). Fui anunciado em 2019 e deu errado, em 2020 e veio a pandemia... Agora em 2022, para confirmar e fechar o ciclo, encerrar o show! A expectativa é sempre alta, mas hoje tenho a ressalva de que as coisas podem fugir do controle. Mas a gente está muito focado em fazer um bom show e se divertir também.
Quando o show foi encerrado por causa da chuva, eu não podia desmoronar na frente de todo mundo. Porque a vontade é essa, você quer desmaiar, capotar, gritar, mas eu estava no papel de liderança. Agora, a missão é outra, é tirar essa tensão dos ombros da banda, porque é um show que começou em 2019 e a gente espera encerrar em 2022, saca?
Você vai resgatar uma parte do setlist previsto para aquela edição? Ou vai ser algo totalmente novo?
Tem coisas que estavam naquele [setlist], até porque eu percebo esse show quase como um encerramento de um ciclo. Esse momento meio que ele contempla e consagra essa construção que a gente veio trabalhando na última década. Porém tem coisa nova, porque depois daquilo a gente lançou um disco e aí várias outras músicas bateram bem também.
Quando tudo deu errado, pensei comigo mesmo “não esquenta a cabeça, a gente vai voltar maior, mais bonito, mais elega”. E agora eu sinto que de fato aconteceu, porque voltamos com mais música na boca do povo, que as pessoas conhecem.
Da última vez, você havia me dito que levaria Luccas Carlos para o palco, mas por conta da interrupção, o momento não chegou a acontecer. Desta vez, a participação fica por conta do Don L, certo? Como vai ser esse momento? Tem mais algum nome que sobe ao palco do Rashid esse ano?
Tenho mais gente, mas eu estou revelando aos poucos. O Don L já foi muito bem recebido, os comentários foram muito, acho que o pessoal vai gostar dele ali no palco.
A pandemia de covid-19 afetou fortemente o setor cultural nesses últimos anos. Ela chegou a mexer com seu processo criativo também?
Não tem como não ter afetado. A pandemia mexeu em muitas coisas e obrigou a gente a replanejar tudo, a remodelar as estratégias, a forma como a gente lida com o público. A gente tem aqueles fãs de carteirinha, que estão sempre ali nas primeiras filas e durante a pandemia a gente perdeu o contato. Aí a gente promoveu alguns encontros virtuais com esse com esse pessoal, fazendo uma espécie de coletiva de imprensa e foi muito bom isso também, estabelecer outro nível de relacionamento.
Às vezes se cria uma imagem do artista, de que ele está acima da camada comum dos acontecimentos, e não, o artista é afetado por tudo isso. O lance da criação foi afetado, mas de uma forma diferente, porque você passa a refletir de uma forma diferente sobre as mesmas coisas. Eu comecei a procurar motivos pra pra fazer os sons: por que eu estou fazendo essa música? Qual lugar essa música ocuparia aí nesse mundão e qual sentido se as pessoas estão perdendo suas vidas? Por que essa pessoa precisa parar pra ouvir a sua música? A gente quer lançar música e nem sempre precisa ter um sentido ou ser a coisa mais profunda do mundo. Mas eu entrei nessas então acho que por conta da pandemia.
Seu último álbum é de janeiro de 2020, pouco antes da pandemia chegar ao Brasil de fato. Já tem algum álbum novo em vista? Quais seus próximos projetos?
Eu fiz tanta coisa nessa pandemia... Sim, estamos voltando estamos voltando, elegantemente, e tem um projeto novo, uma coisa incrível. É um projeto que, resumindo, é um sonho pra mim. É um sonho e é alcançar um sonho dentro do meu sonho que já era fazer música. No show do Lolla a gente vai dar um spoiler maior disso, então é bom que fiquem atentos.
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