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VÍDEO: Motorista de Porsche diz que ‘tomou água’ e questiona perícia: “Não tive sensação de tamanha velocidade”

Fernando Sastre, 24, teve a prisão decretada pela Justiça e está foragido; ele virou réu no caso

Ele ressaltou que 'só tomou água'
Empresário Fernando Sastre Filho, de 24 anos, negou que tenha feito consumo de bebidas alcoólicas antes de bater Porsche contra Sandero, em SP (Reprodução/TV Globo)

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O empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, que dirigia um Porsche que colidiu contra um Renault Sandero, na Zona Leste de São Paulo, falou pela primeira vez sobre o caso. Horas antes de ter a prisão preventiva decretada pela Justiça, ele conversou com o “Fantástico”, da TV Globo, quando ressaltou que “tomou água” e ainda questionou a perícia que apontou alta velocidade. Agora o rapaz, que virou réu no caso, é considerado foragido.

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Ao ser indagado se fez o consumo de bebidas alcoólicas na noite do último dia 30 de março, quando foi a um restaurante com amigos, e depois a uma casa de pôquer, já na madrugada do dia 31, Fernando garantiu que não. “Eu tomei água, eu pedi água”, ressaltou ele.

O empresário ressaltou que estava sóbrio e disse que não percebeu que dirigia em alta velocidade. A perícia apontou que ele conduzia a mais de 150 km/h na Avenida Salim Farah Maluf, onde a máxima permitida é de 50 km/h.

“Então, dentro do carro não tive essa sensação de que eu estava em tamanha velocidade. Inclusive, eu acho que seria válido uma segunda perícia, uma segunda análise, pra ter certeza dessa aferição”, questionou ele.

Fernando explicou os motivos de ter deixado do local do acidente ao lado da mãe e porque não seguiu a um hospital, como eles disseram aos policiais militares que fariam. “Na verdade, o que aconteceu foi que a minha mãe, ela estava me socorrendo”, disse ele. “A gente permaneceu ali no local por mais de uma hora, uma hora e meia, não consigo nem recordar, mas ficou bastante tempo ali”, ressaltou.

Imagens de body cams dos PMs que atenderam a ocorrência mostram que o rapaz ficou cerca de 40 minutos no local, quando a mãe dele insistia para que fosse levado a um hospital. Após dizer que prestaria o socorro, Fernando e a genitora foram liberados pelos policiais, sem fazer o teste do bafômetro. Porém, ele sumiu e só compareceu a uma delegacia mais de 38 horas depois do acidente.

“A minha mãe passa em casa para eu pegar a minha carteirinha do convênio. Quando eu chego em casa, eu tenho um alto descontrole, eu fico muito nervoso por tudo aquilo que está acontecendo. E aí ela me dá um remédio. E aí eu... apago”, explicou o condutor do carro de luxo.

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Fernando negou que tenha sido beneficiado pela PM. “Eu não tive nenhum tratamento privilegiado”, disse o empresário. “Fui tratado como qualquer um”, ressaltou ele.

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo reconheceu que os PMs erraram ao deixarem o empresário ir embora sem fazer o teste do bafômetro e explicou que eles serão responsabilizados. Não foram repassadas outras informações, pois o caso corre em sigilo.

Prisão preventiva decretada

Após três negativas, o Ministério Público recorreu e a Justiça decretou a prisão preventiva de Fernando na noite de sexta-feira (3). Por enquanto, são realizadas diligências, mas ele ainda não foi preso e é considerado foragido.

O advogado Jonas Marzagão, que defende o empresário, disse que recorreu da medida e que seu cliente só vai se entregar quando receber do juiz a garantia de que estará seguro na cadeia.

O condutor do carro de luxo virou réu no caso e responde por homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima, ambos na modalidade dolo eventual.

A denúncia sustentou que Fernando assumiu o risco de matar o motorista de aplicativo Ornaldo Viana, de 52 anos, que seguia no Sandero. Além de estar a mais de 150 km/h, sendo que a máxima permitida na via é de 50 km/h, testemunhas afirmam que o condutor de carro de luxo estava embriagado.

Segundo o MP-SP, o empresário também cometeu o crime de lesão corporal gravíssima contra o amigo, Marcus Vinicius Machado Rocha, que estava com ele no Porsche e ficou gravemente ferido. O rapaz revelou que o empresário fez sim consumo de drinks. Ele passou alguns dias internado e teve alta, mas voltou a ser hospitalizado na semana passada.

Contando do último dia 30, Fernando tem um prazo de 10 dias para apresentar sua defesa. Além disso, o juiz determinou um prazo de 15 dias para que a conclusão dos laudos periciais solicitados pelo MP-SP sejam anexados ao processo.

Depois dessa etapa, o juiz poderá pronunciar o réu, ou seja, submetê-lo a júri popular. Se condenado, ele poderá pegar mais de 20 anos de prisão.

Polícia investiga o caso
Fernando Sastre de Andrade Filho (à esquerda) dirigia Porsche quando bateu na traseira de Sandero, matando o motorista de app Ornaldo da Silva Viana (Reprodução/Redes sociais)

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