Depois de ver o filme Oppenheimer, surgiu na comunidade de leitores de ciência e tecnologia um interesse especial por todos os fenômenos relacionados à energia.
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Basta ver os tópicos em tendência neste tipo de sites, para percebermos que nos últimos meses surgiu um interesse particular em compreender a diferença essencial entre dois eventos diametralmente opostos: a fusão nuclear e a fissão nuclear.
Em razão disso, a equipe do National Geographic em Espanhol acaba de publicar um interessante artigo sobre os dois conceitos, para diferenciá-los e destacar o verdadeiro ponto de interesse da comunidade científica hoje em dia em relação aos dois.
Qual é a diferença entre fissão nuclear e fusão nuclear?
Na matéria de investigação, a equipe do National Geographic entrevista o Dr. Alejandro Farah Simón, membro do Instituto de Astronomia da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e do Programa Espacial Universitário (PEU).
Ali, o cientista explica que a fusão nuclear e a fissão nuclear são dois tipos de reações nucleares que liberam energia a partir dos núcleos dos átomos, mas com grandes diferenças entre elas. Detendo-se para abordar o peso deste fenômeno nos atuais planos de missões de exploração à Lua:
“Uma das razões para regressar à lua tem a ver com a oportunidade de se usar um isótopo do hélio, com dois prótons e um nêutron no seu núcleo, chamado hélio-3, para realizar uma fusão nuclear que manteria nossa civilização por milênios. Esse gás é abundante no satélite natural, enquanto é escasso no nosso planeta”.
Tentando explicar de forma simples, a fissão nuclear é o processo no qual um núcleo pesado, como o do urânio ou plutônio, é dividido em dois ou mais núcleos mais leves, liberando uma grande quantidade de energia e outras partículas como nêutrons e raios gama durante o processo.
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Para provocar a fissão, é necessário bombardear o núcleo com uma quantidade significativa de nêutrons que o tornem instável para que se quebre. A fissão nuclear é o processo básico das usinas nucleares e das bombas atômicas, como a vista em Oppenheimer.
Enquanto a fusão nuclear é o processo inverso à fissão, que consiste na união de dois núcleos leves, como os de hidrogênio ou hélio, para formar um núcleo mais pesado, liberando também uma grande quantidade de energia e outras partículas como prótons e raios gama.
Para alcançar a fusão, é necessária uma temperatura e uma pressão muito elevadas que façam os núcleos se aproximarem o suficiente para vencer a repulsão elétrica entre eles.
Em sentido estrito, então, a fusão nuclear é a fonte de energia das estrelas e das bombas de hidrogênio.
Ambas representam quantidades monumentais de energia e seu verdadeiro alcance de poder ainda é um mistério para a humanidade.