Os governos de todo o mundo permanecem em constante alerta devido ao desenvolvimento de armas nucleares que podem ter graves consequências para toda a humanidade. Atualmente, as forças russas estão sob a vigilância das potências globais, pois supostamente estão desenvolvendo um míssil de cruzeiro de propulsão nuclear chamado Burevestnik (Martim-pescador).
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Este míssil foi projetado para voar a velocidades supersônicas a altitudes baixas por longos períodos de tempo.
O Burevestnik é um míssil de cruzeiro de longo alcance que utiliza um reator nuclear para gerar a energia necessária para sua propulsão. O reator nuclear está localizado na parte traseira do míssil, enquanto o motor de propulsão está localizado na parte frontal.
O míssil foi testado pela primeira vez em 2018 e alega-se que possui um alcance de até 10.000 quilômetros. Ele foi projetado para atacar alvos a longas distâncias, como bases militares ou áreas densamente povoadas.
O Projeto Plutão dos Estados Unidos
O método de propulsão utilizado pelos russos não é novo na indústria de armamentos. Os Estados Unidos começaram a desenvolver um míssil semelhante em 1955, e após tê-lo pronto no início dos anos 1960, cancelaram o projeto devido aos perigos que representava, de acordo com informações da revista Slash Gear.
O Projeto Plutão foi um programa de pesquisa da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) que estudou a viabilidade de aplicar o calor dos reatores nucleares aos motores ramjet, com o objetivo de criar um novo tipo de míssil SLAM (Supersonic Low-Altitude Missile, míssil supersônico de baixa altitude).
O projeto foi conduzido no Lawrence Radiation Laboratory (LRL) da Universidade da Califórnia, em Berkeley. O principal objetivo do projeto era desenvolver um míssil que pudesse voar a velocidades supersônicas a altitudes baixas por longos períodos de tempo.O LRL desenvolveu um reator nuclear pequeno e leve que poderia alimentar um motor ramjet. O motor ramjet funcionava acelerando o ar através de um cone, gerando assim uma força de propulsão.
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Por que foi cancelado?
De acordo com a fonte mencionada, uma série de fatores levou os cientistas dos Estados Unidos a cancelar o projeto em 1964.
A principal razão foram os custos de fabricação. Para os protótipos que chegaram a ser desenvolvidos, foram gastos cerca de 260 milhões de dólares. Além disso, o reator nuclear era excessivamente perigoso, ao ponto de poder causar surdez naqueles que estivessem próximos ao míssil durante seu funcionamento.
Apesar do cancelamento do projeto, o trabalho realizado no Projeto Plutão foi fundamental para o desenvolvimento da propulsão nuclear no espaço. O trabalho realizado no projeto ajudou a demonstrar que a propulsão nuclear era viável e poderia ser usada para impulsionar naves espaciais a grandes distâncias.