Desde o início, o lançamento da nave Starliner da Boeing tem sido um projeto repleto de desafios técnicos. Inicialmente programado para 2019, o projeto sofreu vários atrasos devido a problemas como falhas de software e a descoberta de fita inflamável no cabeamento. No entanto, em 5 de junho, a nave decolou de Cabo Canaveral, na Flórida, equipada com tecnologia de ponta e com os astronautas da NASA Butch Wilmore e Suni Williams a bordo.
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Seu objetivo? Chegar à Estação Espacial Internacional, marco que alcançou não sem antes enfrentar "problemas menores", como vazamentos de hélio no sistema de propulsão da nave antes e depois de alcançar a órbita, especificamente em vários dos propulsores de controle de reação. Além disso, cinco dos 28 propulsores de controle de reação da nave falharam, problema que foi quase totalmente resolvido.
O problema da Starliner
Apesar desses desafios, a Starliner conseguiu acoplar-se à ISS em uma segunda tentativa, após uma falha inicial no sistema de propulsores que atrasou o acoplamento planejado para as 12:15 p.m. ET de 6 de junho. O problema? Agora, a nave e sua tripulação não podem retornar à Terra.
Nas últimas horas, foi informado que a NASA e a Boeing decidiram adiar sem data definida o retorno da nave Starliner e seus dois astronautas. Isso se deve à necessidade de resolver os problemas identificados no sistema de propulsão, de acordo com um comunicado conjunto das entidades.
Inicialmente programado para o dia 14 de junho passado, o retorno da Starliner tem enfrentado vários adiamentos devido aos problemas de propulsão detectados antes do lançamento, que continuam afetando as fases finais da missão, impedindo o cumprimento do cronograma estabelecido.
"O movimento planejado para o desacoplamento e a aterrissagem da Starliner nesta semana coincide com uma série de caminhadas espaciais planejadas na ISS e, ao mesmo tempo, seu adiamento permite às equipes da missão tempo para revisar os dados do sistema de propulsão", pode-se ler no documento oficial.
Além disso, Steve Stich, diretor do Programa de Tripulação Comercial da NASA, explicou que o processo de revisão busca garantir a segurança da missão. "Estamos deixando que os dados orientem nossas decisões em relação à gestão de pequenos vazamentos no sistema de hélio e ao desempenho dos propulsores que observamos durante o encontro e acoplamento. Além disso, dada a duração da missão, é apropriado que realizemos uma revisão em nível de agência, similar à que foi feita antes do retorno do Demo-2 da SpaceX, após dois meses em órbita, para documentar a aceitação formal da agência ao proceder conforme planejado", afirmou o profissional.
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No entanto, apesar dos atrasos, a Starliner permanece autorizada para um retorno de emergência, caso seja necessário evacuar a tripulação da ISS. Os administradores da missão estão avaliando futuras oportunidades de retorno, levando em consideração as atividades programadas na estação, como os próximos passeios espaciais. Enquanto isso, os astronautas Butch Wilmore e Sunita Williams continuam integrados à tripulação da Expedição 71, colaborando com as operações da ISS e completando objetivos adicionais para a certificação da Starliner.
De acordo com Mark Nappi, vice-presidente e diretor do programa Starliner da Boeing, a experiência adquirida nesta missão será de grande importância para o futuro. "Os comentários da tripulação têm sido esmagadoramente positivos e sabem que tudo o que aprendermos no teste de voo com tripulação melhorará e aprimorará nossa experiência para futuras tripulações", afirmou Nappi.
"A tripulação tem tempo para deixar a estação, já que há muitos suprimentos em órbita e o cronograma da estação está relativamente aberto até meados de agosto", encerra o comunicado, tranquilizando aqueles que aguardam ansiosamente seu retorno à Terra.