Ciência e Tecnologia

Um robô pode se suicidar? Há um caso muito suspeito na Coreia do Sul

Um robô que trabalhava como funcionário na Coreia do Sul foi encontrado ‘morto’ depois de, aparentemente, ter caído por uma escada

Testemunhas ficaram atônitas diante do comportamento inexplicável de um robô que, segundo afirmaram, “parecia confuso e desorientado” e, posteriormente, se lançou pelas escadas da fábrica onde trabalhava como funcionário na cidade de Gumi, na Coreia do Sul. O robô foi visto girando sobre seu próprio eixo antes de cair pelas escadas e, embora a empresa não tenha esclarecido as razões, rumores apontam que o incidente estaria relacionado com a sobrecarga de trabalho que o robô estava enfrentando.

Diante disso, surge a pergunta: Como é possível que um robô se suicide? Existe algum protocolo ou programação que possa evitar isso?

Os antecedentes: estava trabalhando há um ano

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A Coreia do Sul é uma nação amplamente reconhecida pela utilização de robôs em diversas funções. Este robô em particular foi nomeado como o "primeiro robô funcionário" da cidade em 1 de agosto do ano passado.

Equipado com uma identificação própria, o robô trabalhava das 9h da manhã às 18h e, embora se esperasse que realizasse várias funções administrativas baseadas em inteligência artificial, seu papel se limitava à entrega de documentos e ser um guia dentro do prédio.

Salário acima da média

O "robô suicida" foi fabricado pela Bear Robotics. Entre suas responsabilidades estavam realizar entregas diárias de documentos, promover a cidade e fornecer informações aos residentes locais, sendo o primeiro de seu tipo a ser utilizado dessa forma.

A cidade de Gumi pagava um salário mensal de 2 milhões de won (cerca de US $1.700) à empresa pelo manutenção e operação do robô.

Por que o robô se suicidou?

Duas teorias estão sendo consideradas: falha técnica ou "estresse no trabalho". Mas a segunda teoria sugere que o robô está "humanizado" e consciente de seu ato. Isso é possível?

Um robô pode se suicidar? Ele tem "consciência"?

Quanto à segunda pergunta, para pensar no suicídio robótico, temos que partir do pressuposto de que o robô adquiriu consciência. Ao estar ciente de sua existência, ele poderia decidir terminar com ela. Essa decisão poderia ir contra a terceira lei da robótica que estabelece que um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a primeira e segunda leis, que postulam:

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  • Primeira: Nenhum robô causará dano a um ser humano ou permitirá, com sua inação, que um ser humano seja prejudicado.
  • Segunda: Todo robô obedecerá às ordens recebidas dos seres humanos, exceto quando essas ordens possam entrar em contradição com a primeira lei.

Deve-se lembrar que posteriormente a lei zero foi adicionada:

  • Nenhum robô causará dano à humanidade ou permitirá, com sua inação, que a humanidade seja prejudicada.

Então o que aconteceu aqui? Antes de tomar a decisão extrema de cortar os circuitos, ou neste caso "se lançar pelas escadas", poderia um robô consciente decidir não ir ao centro de carga um dia e, portanto, parar de funcionar? Em todo caso, qual seria o propósito da consciência em um robô dedicado a tarefas repetitivas? É um tema que ainda está em análise. Um caso emblemático foi o de um robô de segurança em 2017 que se lançou na água para "se afogar".

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Robôs suicidas anteriores

Esta história causou grande agitação: um robô de segurança chamado Steve que, supostamente, se suicidou afogando-se em uma fonte em Washington D.C.

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Na comunidade de Gumi, ainda estão tentando entender essa tragédia incomum, enquanto as investigações estão em andamento para determinar as verdadeiras causas por trás do aparente suicídio do robô. Naquela ocasião, a internet reagiu com tristeza nas redes sociais, pela imagem do robô na água. Falou-se em "falhas no sistema de navegação", mas o assunto ficou por aí. Não há registros de robôs que expressem previamente o desejo de "suicídio", então a maioria desses casos foi catalogada como falhas no sistema. E se não for assim?

Apesar da tragédia, a Coreia do Sul continua a ser um dos países mais entusiastas no uso de robôs, com a maior densidade de robôs industriais no mundo. Há exploração de trabalho robótico?

Será substituído?

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O incidente gerou questões sobre a viabilidade e segurança de integrar robôs em tarefas administrativas, por isso a administração da cidade de Gumi está avaliando as circunstâncias e prevendo possíveis melhorias para evitar futuros acidentes.

Até agora, não há planos de introduzir um segundo robô administrativo como substituto do primeiro.

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