Ciência e Tecnologia

Mercúrio veio de Marte? Conheça a surpreendente teoria de sua origem

A superfície de Mercúrio, antiga e cheia de crateras, mostra sinais de um passado vulcânico e uma atividade tectônica afetada por um ambiente espacial muito adverso

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Sistema Solar Mercurio retrógrado es desde el 1 al 25 de abril (Foto: Unsplash)

Mercúrio, o menor dos quatro planetas rochosos do Sistema Solar (seu núcleo maciço de ferro mede apenas 4.879 quilômetros de diâmetro), esconde segredos que desafiam a lógica astronômica.

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Sendo o planeta mais próximo do Sol, Mercúrio experimenta variações extremas na temperatura de sua superfície, que podem ultrapassar os 430 ºC durante o dia, enquanto as noites são brutalmente frias, chegando a cerca de -180 ºC. Mercúrio também possui regiões de sombra permanente em seus polos, que nunca recebem luz solar e estão cobertas de gelo.

De acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA), como Mercúrio está localizado a apenas 58 milhões de quilômetros do Sol, ele é capaz de completar uma órbita em apenas 88 dias terrestres. No entanto, apesar de sua velocidade orbital, leva 58 dias para girar em torno de seu próprio eixo.

Mercurio
Mercúrio BepiColombo tentará esclarecer como Mercúrio se originou e evoluiu e realizará experimentos para testar a teoria da Relatividade Geral de Einstein

Um passado turbulento e misterioso

A superfície de Mercúrio está cheia de crateras profundas, algumas tão escuras que nunca viram a luz do Sol. Essas crateras indicam uma intensa atividade vulcânica e tectônica no passado. No entanto, também poderiam ser sequelas de um deslocamento forçado de outro ponto da galáxia para sua posição atual, devido a um violento impacto com outro corpo celeste.

De fato, a ESA sugere que o impacto que poderia ter movido a Terra mais perto do Sol provocou uma grande quantidade de ‘entulho’ que, eventualmente, levou à formação da Lua, há cerca de 4,5 bilhões de anos.

Os dados da sonda Messenger da NASA (que chegou a Mercúrio em março de 2011 após uma viagem de 7 anos) revelam que este planeta tem uma abundância incomum de potássio (um elemento volátil que evapora facilmente) e muito pouco tório, um elemento radioativo abundante nos planetas próximos ao sol. Esta descoberta reforça a teoria de que Mercúrio se formou inicialmente muito mais longe do Sol e mais próximo da localização atual de Marte, já que, teoricamente, os planetas próximos à nossa estrela deveriam ter menos potássio e muito mais tório.

Explorar Mercúrio: uma missão impossível?

A proximidade com o Sol e as temperaturas extremas de Mercúrio tornam as missões espaciais desafiadoras. Tanto a missão Messenger quanto a Mariner 10 (a primeira a sobrevoar Mercúrio após o lançamento em 3 de novembro de 1973) conseguiram se aproximar do planeta, mas seus encontros foram breves devido à intensidade do Sol. A luz solar em Mercúrio é dez vezes mais brilhante do que na Terra!

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Dados da National Geographic indicam que até mesmo o Telescópio Espacial Hubble, capaz de capturar imagens de objetos tão distantes da galáxia quanto possível, evita tirar fotos de Mercúrio por medo de danificar sua ótica. Não é surpreendente que a ESA considere Mercúrio um dos planetas mais difíceis de observar.

Uma nova missão

Dito isso, há uma nova missão em andamento: BepiColombo será a terceira sonda a visitar o planeta. Está previsto que alcance a órbita em março de 2026. O satélite está viajando dentro de algo semelhante a um ‘forno de pizza’ que, estima-se, será capaz de suportar o calor em Mercúrio.

É tanto assim que 85% da tecnologia a bordo foi projetada especificamente para a missão, pois as condições extremas do planeta demonstraram que não é viável ‘reutilizar’ a mesma tecnologia de missões passadas.

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