Ciência e Tecnologia

Executivo do Google afirmou que o objetivo era ‘esmagar’ concorrentes na publicidade digital

Espera-se que o Departamento de Justiça tente dissolver o Google durante a fase de resolução desse caso

El caso antimonopolio del Departamento de Justicia contra Google entró en su tercer día el miércoles. | Foto: Imágenes Getty
Departamento de Justiça contra o Google entrou em seu terceiro dia na quarta-feira Getty Images

Um executivo do Google se vangloriou para seus colegas de trabalho que o objetivo do negócio emergente de publicidade online da empresa em 2009 era ‘esmagar’ os concorrentes no mercado de publicidade digital, de acordo com evidências apresentadas na quarta-feira no grande julgamento antitruste federal contra o gigante tecnológico.

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O Departamento de Justiça destacou as declarações feitas por David Rosenblatt, ex-presidente de publicidade gráfica do Google, durante o terceiro dia do julgamento sem júri que alega que o Google abusou de seu controle da tecnologia do mercado digital para desviar receitas de editores e anunciantes.

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Estratégias do Google

“Seremos capazes de esmagar as outras redes e esse é o nosso objetivo”, disse Rosenblatt sobre a estratégia do Google naquele momento, de acordo com documentos revisados no tribunal.

As autoridades federais afirmam que o Google opera um "triplo monopólio" através do seu controle das ferramentas do lado da compra e venda de acordos de publicidade digital, bem como do mercado que conecta empresas a anunciantes. De acordo com a denúncia do Departamento de Justiça, o Google fica com mais de um terço de cada dólar gasto por meio de suas plataformas publicitárias.

Vantagem?

Nas anotações analisadas no julgamento, Rosenblatt, que se juntou ao Google após sua agora controversa aquisição da empresa de software de publicidade digital DoubleClick em 2007, supostamente se gabou da vantagem que representava o controle da empresa sobre as ferramentas em todos os aspectos do ecossistema publicitário.

"Somos Goldman y NYSE. ... O Google criou algo comparável à NYSE ou à Bolsa de Valores de Londres; em outras palavras, faremos pela publicidade o que o Google fez pelas buscas," escreveu Rosenblatt.

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Rosenblatt também admitiu que era um “pesadelo” para os editores tentar mudar para outras plataformas publicitárias e disse que “é preciso um ato de Deus para fazê-lo”, de acordo com os documentos judiciais.

No púlpito das testemunhas, o ex-executivo do Google, Brad Bender, disse ao tribunal que havia enviado as notas de Rosenblatt para sua equipe naquela época e as descreveu como uma "leitura que vale a pena".

Publicidade Digital

A publicidade digital representa a maior parte da receita total do Google, que ultrapassou os 307 bilhões de dólares apenas no ano passado.

O julgamento será decidido pela juíza do Tribunal de Distrito dos Estados Unidos, Leonie Brinkema, que criticou o Google durante uma audiência prévia ao julgamento por implementar uma política que automaticamente eliminava os registros de chat dos funcionários que deveria ter mantido.

O Departamento de Justiça pediu ao tribunal que divida o negócio de tecnologia publicitária do Google, incluindo uma desinvestimento forçado de seu produto Ad Manager.

Argumentos do caso

O Google argumentou que o caso do Departamento de Justiça se baseia em uma interpretação errônea de como funciona o mercado de publicidade digital. Também alega que o tribunal correria o risco de causar caos no mercado de publicidade digital e de fortalecer outros concorrentes como Amazon e Meta se intervir no caso.

O julgamento sobre publicidade digital é apenas uma dor de cabeça para o Google. No mês passado, um juiz federal determinou em um caso separado que o Google opera um monopólio ilegal sobre buscas online.

De forma semelhante, espera-se que o Departamento de Justiça tente dissolver o Google durante a fase de resolução desse caso.

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