Ciência e Tecnologia

ChatGPT para melhorar o sono: entenda se a técnica popular no TikTok realmente funciona

Especialistas revelam se usar a inteligência artificial para calcular ciclos do sono é uma boa estratégia para melhorar a disposição

Foto: Freepik
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Nos últimos tempos, uma técnica para melhorar o sono utilizando inteligência artificial ganhou popularidade no TikTok. Conforme explicado na publicação da Veja Saúde, a proposta é simples: calcular o tempo de duração dos ciclos de sono e ajustar o despertador para o final de um desses ciclos. A ideia central é que, ao acordar nesse momento, a pessoa estaria mais disposta e com menos sonolência, mesmo dormindo menos horas. Para ajudar nesse cálculo, muitos têm recorrido ao ChatGPT, uma ferramenta de IA que pode fornecer essas estimativas.

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Porém, especialistas em sono alertam que essa solução não é tão precisa quanto parece. Embora a inteligência artificial possa calcular os ciclos de sono com base em informações teóricas, ela não leva em conta variáveis individuais que afetam a qualidade do sono, como estresse, dieta e idade. O sono é composto por diferentes fases – N1, N2, N3 e REM – que podem durar de 90 a 120 minutos, mas a duração dessas fases varia de pessoa para pessoa e muda ao longo da vida.

Um dos maiores desafios ao tentar utilizar essa técnica é a variação natural dos ciclos de sono. Cada pessoa tem um padrão diferente, e esses ciclos não ocorrem de maneira fixa ao longo da noite. No início do sono, a fase N3 tende a ser mais longa, enquanto o sono REM, onde ocorrem os sonhos, é mais curto. Na segunda metade da noite, esse padrão se inverte. Dessa forma, a ideia de acordar no final de um ciclo não garante, necessariamente, que a pessoa se sentirá mais descansada.

Além disso, calcular com precisão o momento exato em que cada fase do sono ocorre requer equipamentos especializados, como os utilizados em exames de polissonografia. Portanto, confiar exclusivamente em uma IA para determinar o momento ideal de despertar pode não trazer os benefícios esperados.

Despertar com disposição: o que realmente importa?

A ciência do sono indica que a quantidade de horas dormidas e a qualidade do sono são essenciais para acordar bem. Fatores como estresse, condições de saúde e rotina de atividades físicas também desempenham um papel importante. Embora a ideia de utilizar tecnologia para melhorar o sono seja atraente, é importante lembrar que a personalização e o autoconhecimento são fundamentais.

Recomenda-se, por exemplo, observar como o corpo reage ao sono durante períodos de descanso, como nas férias, onde é possível acordar naturalmente, sem a interferência de despertadores. Assim, é possível determinar a quantidade de sono necessária para se sentir realmente descansado, sem depender de cálculos teóricos ou tecnológicos.

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