Ciência e Tecnologia

Como funciona a nova ferramenta do Google para detectar imagens geradas por inteligência artificial?

A tecnologia avança rapidamente e, com ela, também as formas pelas quais a informação visual pode ser manipulada

Num mundo cada vez mais saturado de informação, nem sempre é fácil distinguir entre o que é real e o que não é. O Google, ciente desta preocupação crescente, está desenvolvendo uma ferramenta inovadora que promete nos ajudar a identificar quando uma imagem foi alterada ou criada por inteligência artificial (IA).

Para combater a crescente onda de desinformação visual, o Google está trabalhando em um filtro especial que integrará em seu mecanismo de busca. Este filtro será capaz de detectar se uma imagem foi gerada ou modificada com IA, proporcionando aos usuários uma ferramenta poderosa para verificar a autenticidade do que veem.

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O objetivo é claro: ajudar os internautas a tomar decisões mais informadas e evitar cair no engano de imagens falsas ou editadas. Tudo isto faz parte de um esforço mais amplo no qual o Google se juntou ao comitê diretor da C2PA (Coalition for Content Provenance and Authenticity), uma iniciativa global que busca melhorar a transparência e a autenticidade do conteúdo digital.

O que é C2PA e por que é importante?

O C2PA é formado por gigantes da tecnologia como Microsoft, Adobe, OpenAI e, claro, Google. Junto com eles participam fabricantes de câmeras como Leica, Nikon e Sony, que já começaram a implementar tecnologias de autenticação em seus dispositivos. O objetivo comum é proteger a integridade das imagens e outros conteúdos digitais num ecossistema cada vez mais vulnerável à manipulação.

O Google, como um dos principais intervenientes na divulgação de informação a nível mundial, desempenha um papel crucial nesta coligação. A colaboração deles promete ter um impacto significativo na forma como verificamos a autenticidade do conteúdo que circula na web.

Como funcionará a nova ferramenta do Google?

A pedra angular deste projeto é uma tecnologia conhecida como SynthID. Esta ferramenta será responsável por inserir uma “marca d’água” digital nas imagens geradas pela IA. Esta marca será praticamente impossível de manipular e acompanhará o arquivo em todas as fases de sua vida digital, permitindo rastrear quaisquer modificações sofridas.

Mas o Google não para por aí. Seu mecanismo de busca também será capaz de identificar e filtrar marcas d’água digitais de outros criadores de conteúdo, desde que essas marcas sejam implementadas por eles. Além disso, espera-se que esta tecnologia seja estendida a outras plataformas do Google, como o YouTube, para oferecer maior proteção em todas as frentes.

O que podemos esperar desta tecnologia?

O futuro parece promissor. Com esta ferramenta, os usuários poderão acessar o histórico de edição de imagens geradas por IA, proporcionando um nível de transparência sem precedentes. Numa altura em que a confiança na informação digital está em declínio, esta solução pode ser o impulso necessário para restaurar essa confiança.

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No entanto, como acontece com qualquer avanço tecnológico, permanecem desafios significativos. Embora a normalização proposta pela Google e pela C2PA seja um passo na direção certa, o seu sucesso dependerá em grande parte da cooperação global. Os meios de comunicação tradicionais e as grandes plataformas são chamados a implementar estas medidas, mas é incerto se intervenientes menos convencionais, como grupos ilegais ou entidades maliciosas, irão aderir a esta iniciativa.

Segundo especialistas, a luta contra a desinformação e a manipulação visual é uma batalha que está longe de terminar. E embora as ferramentas que a Google está a desenvolver representem um avanço significativo, o seu sucesso dependerá da adoção e cumprimento destas novas regras pelos principais intervenientes no mundo digital.

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