À noite, todos olhamos para o céu para apreciar as estrelas. Entre todos eles e a luz que emitem, existe uma escuridão profunda. Daí surge uma grande questão: por que o céu não está completamente iluminado? Aqui nós respondemos.
Um paradoxo do universo
O que pareceria uma contradição é conhecido como paradoxo de Olbers, em homenagem ao astrônomo que o apresentou no século XIX. Olbers raciocinou que se o universo fosse infinito e estático, a luz de todas as estrelas deveria iluminar todo o céu noturno. No entanto, a nossa experiência mostra-nos o contrário.
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A resposta a este paradoxo reside na natureza dinâmica do universo. Segundo o Dr. Alejandro Farah Simón, astrônomo da UNAM, o universo não é estático, mas está em constante expansão. Este processo, conhecido como expansão cósmica, faz com que as galáxias se afastem umas das outras a velocidades crescentes.
À medida que as galáxias se afastam, a luz que emitem estica-se e muda para comprimentos de onda mais longos, um fenómeno conhecido como “desvio para o vermelho”. Esta transformação da luz visível em comprimentos de onda infravermelhos e microondas torna-a imperceptível ao olho humano. Por outras palavras, embora o universo esteja cheio de estrelas, grande parte da sua luz não chega aos nossos olhos numa forma que possamos detectar.
Além da expansão do universo, outros fatores contribuem para a escuridão do céu noturno. Um deles é a imensa distância em que muitas estrelas estão localizadas. A luz destas estrelas distantes pode levar milhares ou mesmo milhões de anos para chegar à Terra, e algumas delas podem ter morrido muito antes do seu flash chegar até nós.
Por fim, deve-se notar que o espaço interestelar não é um vácuo absoluto, mas contém gás e poeira cósmicos que absorvem parte da luz emitida pelas estrelas. Este material interestelar atua como uma espécie de véu que obscurece parcialmente o céu noturno.