A SpaceX solicitou à Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC) a aprovação de uma série de modificações que prometem acelerar significativamente as velocidades de download em sua rede Starlink, atingindo velocidades de gigabit por segundo. Como eles farão isso? Através de pequenos ajustes na configuração dos satélites que já orbitam o nosso planeta.
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A solicitação, apresentada no dia 11 de outubro, propõe alterações nos parâmetros operacionais e na configuração orbital dos satélites de segunda geração (Gen2) da Starlink. A SpaceX garante que essas modificações permitirão não só oferecer velocidades de download dez vezes maiores, mas também melhorar a latência, ou seja, o tempo que a informação leva para ser transmitida. Isto visa garantir uma conectividade mais estável e rápida em todo o mundo, incluindo áreas que atualmente não têm acesso adequado à Internet.
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Entre os ajustes mais notáveis, a SpaceX propõe reduzir a altitude de alguns dos seus satélites, atualmente localizados entre 525 e 535 quilômetros, para os colocar a uma altitude entre 475 e 485 quilômetros. Esta mudança não só melhorará a sustentabilidade espacial, mas também permitirá que a rede responda melhor à procura crescente e partilhe o espectro de forma mais eficiente com outros utilizadores.
Mais largura de banda e menor latência
O próprio Musk destacou que os satélites da próxima geração serão tão grandes que só poderão ser lançados pela Starship, o foguete mais poderoso da SpaceX. Estes novos satélites permitirão um aumento de até 10 vezes na capacidade de largura de banda. Além disso, a redução da altitude melhorará ainda mais a latência, aproximando a promessa de uma Internet verdadeiramente rápida e acessível globalmente.
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Vale lembrar que a SpaceX já havia prometido velocidades de até 1 Gbps para seus usuários em 2016, quando o Starlink estava apenas em fase de planejamento. Atualmente, os usuários do Starlink normalmente experimentam velocidades de download entre 25 e 220 Mbps, segundo dados do próprio site da empresa, com latência variando entre 25 e 60 milissegundos em áreas terrestres, e mais de 100 milissegundos em locais remotos.
Melhor cobertura e maior conectividade
Além dos ajustes na altitude dos satélites, a SpaceX também solicitou a alteração dos ângulos mínimos de elevação dos satélites, o que permitiria uma melhor conexão com as estações terrestres. Isso se traduz em maior cobertura e mais tempo que os satélites permaneceriam conectados enquanto sobrevoavam as áreas atendidas.
A empresa também planeja melhorias no hardware de seus satélites de segunda geração, que incluirão tecnologias mais avançadas para oferecer uma cobertura mais robusta e direcionada aos usuários nos Estados Unidos e no resto do mundo.
Falta aprovação
Embora os planos da SpaceX sejam ambiciosos, obter a aprovação da FCC não será uma tarefa fácil. No passado, outros operadores de satélite e empresas de telecomunicações levantaram objecções aos projectos Starlink. Além disso, a FCC demonstrou ceticismo em ocasiões anteriores, como quando negou um pedido de subsídio de 886 milhões de dólares da SpaceX, argumentando que a tecnologia da Starlink ainda estava numa fase inicial e tinha limitações de capacidade.
Apesar desses obstáculos, as modificações propostas pela SpaceX buscam justamente resolver alguns dos problemas que a FCC apontou no passado, como a capacidade limitada da rede. A empresa terá que demonstrar que as mudanças não interferirão negativamente com outros usuários do espectro para obter luz verde da FCC.