Imagine um mundo onde todo o conhecimento humano, desde seus memes favoritos até sua biblioteca Netflix, possa ser armazenado em algo do tamanho de um rack de data center. Bem, uma startup francesa chamada Biomemory está trabalhando para transformar essa ideia em realidade com sua tecnologia de armazenamento de DNA. Sim, DNA, o mesmo que carrega todas as informações sobre como fazer as unhas crescerem ou que você odeia coentro.
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Desde a sua fundação em 2021, a Biomemory tem estado na vanguarda de uma mudança radical na forma como gerimos os dados, e o que estão a fazer é tão ambicioso quanto entusiasmante.
DNA: não apenas para clonar dinossauros
Então, como funciona essa coisa de salvar dados no DNA? É mais simples do que parece (bem, para eles):
- Digital para DNA: Os dados são traduzidos da linguagem binária (zeros e uns) para o alfabeto do DNA (A, C, G e T).
- Armazenar em cadeias de DNA: Essas cadeias de DNA sintetizadas tornam-se pequenos recipientes de informação.
O resultado? Uma solução de armazenamento compacta, durável e eficiente. O DNA pode durar milhares de anos sem se degradar, não precisa de eletricidade para se manter e pode armazenar quantidades absurdamente grandes de dados. Literalmente, um grama de DNA poderia conter até 215 petabytes de informação (sim, estamos falando de milhões de gigabytes).
Basicamente, embora seus discos rígidos enferrujem depois de alguns anos, o DNA ainda está lá, fresco como uma alface.
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Por que DNA? Porque o Big Data está se afogando em dados...
Em um mundo onde todos enviam selfies, criam documentos, geram séries e gravam vídeos de gatos, o armazenamento digital atual está no limite. Segundo especialistas, até 2025 produziremos 175 zettabytes de dados. Para se ter uma ideia, isso é mais informação do que você poderia consumir, mesmo que vivesse mil vidas assistindo TikToks.
O DNA, com a sua capacidade de ser microscópico e eterno, não só resolve o problema do espaço, mas também o do impacto ambiental. Os data centers de hoje são como monstros consumidores de energia, enquanto o DNA não precisa estar conectado para continuar funcionando.
Quem paga por todo esse futuro molecular? A Biomemória acaba de garantir US$ 18 milhões em financiamento da Série A, e eles têm grandes planos de gastá-los, como se fossem dominar o mundo (bem, na verdade, os dados do mundo).
Erfane Arwani, CEO da Biomemory, disse isso com bastante clareza: “Este investimento marca um momento crucial. “Com a nossa tecnologia de armazenamento de DNA, não apenas resolvemos os desafios atuais, mas também criamos soluções para os séculos vindouros.”
O que vem a seguir para a biomemória?
Com este dinheiro novo, a Biomemória tem vários objetivos ambiciosos:
- Desenvolver seu primeiro dispositivo de armazenamento baseado em DNA. Algo como um “disco rígido de DNA”.
- Otimizar a tecnologia. A ideia é que salvar seus dados no ADN seja tão fácil quanto enviar um arquivo para o Google Drive (mas sem os memes da barra de carregamento).
- Expandir alianças. Eles querem trabalhar com grandes empresas de tecnologia e provedores de serviços em nuvem. Você consegue imaginar a Amazon ou o Google usando DNA para salvar nossas playlists e documentos?
- Contratar especialistas em biologia molecular e engenharia. Porque nem todo mundo sabe lidar com uma tecnologia que literalmente converte dados em genética.
- E o melhor: a Biomemory planeja escalar suas soluções para capacidade de exabytes até 2030. Basicamente, um nível de armazenamento tão grande que poderíamos salvar toda a Internet várias vezes.
Uma solução para o planeta?
O armazenamento de ADN não é apenas inovador, é também sustentável. Os data centers atuais não apenas ocupam muito espaço, mas também consomem quantidades ridículas de energia para permanecerem refrigerados e operacionais.
Em comparação, o DNA é praticamente a Marie Kondo do armazenamento: não ocupa espaço, não gera calor e não requer manutenção. O resultado? Menos pegada ambiental e uma solução que pode durar milhares de anos.
O futuro está nas cadeias de DNA?
A biomemória não é apenas criar novas tecnologias; Está mudando a maneira como pensamos sobre o armazenamento de dados. O que antes parecia reservado a laboratórios ou filmes futuristas está agora prestes a se tornar uma realidade comercial.
Poderá esta tecnologia ser a resposta definitiva ao tsunami de dados que produzimos todos os dias? É possível. E se todo o conhecimento humano acabar armazenado em algo tão pequeno como uma molécula, não poderemos dizer que não previmos que isso aconteceria.