Parece que a assistente mais famosa da Apple tem ouvido demais. A empresa concordou em pagar US$ 95 milhões em uma ação coletiva que acusa a Siri de fazer o que mais tememos em nossos dispositivos: contar nossos segredos aos anunciantes.
“Olá, Siri” ou “Olá, fofoca”?
A história é simples. De acordo com os demandantes, a Siri ativaria sem ser convidada, gravaria trechos de conversas privadas e, magicamente, essas mesmas conversas acabariam sendo traduzidas em anúncios direcionados.
Clique para receber notícias de Tecnologia e Ciências pelo WhatsApp
Imagine o seguinte: você está falando casualmente sobre o quanto deseja experimentar o paddle boarding e, de repente, seu Instagram está cheio de ofertas de pranchas. Coincidência? Os demandantes acham que não.
E sim, entendemos que a Siri supostamente precisa ouvir “Ei, Siri” para ativar. Mas, segundo os demandantes, a assistente de voz agia basicamente como um espião acidental. E aí vem o melhor: o período abrangido pela ação vai de 17 de setembro de 2014 a 31 de dezembro de 2024.
US$ 20 pela sua dor (e privacidade exposta)
A Apple decidiu pagar colossais US$ 95 milhões para resolver o caso, mas não fique muito animado. Se você fizer parte dessa ação coletiva, poderá receber até US$ 20 por dispositivo. Ou seja, uma espécie de “pedido de desculpas” em forma de almoço executivo para uma pessoa.
Se você tiver um iPhone ou Apple Watch compatível com Siri durante esses anos, poderá ser um dos sortudos requerentes.
Claro, a Apple não admitiu ter feito nada de errado. Como sempre, jogaram a carta do silêncio, mas aceitaram o acordo para evitar uma prolongada batalha judicial. E considerando que US$ 95 milhões equivalem a cerca de nove horas de receita para a empresa, parece que eles não perderam o sono por causa disso.
Não é só a Siri, o Google também está sob o microscópio
Se você acha que Siri é o único fofocando, pense novamente. O Google está atualmente enfrentando seu próprio processo relacionado ao seu Voice Assistant. Talvez esses gigantes da tecnologia devessem adicionar um novo lema: “Nós ouvimos você... mesmo quando não deveríamos”.
E não só isso, os governos japonês e coreano já estão investindo em IA para detectar fugas de informação e controlar tecnologias semelhantes. Parece que 2025 será o ano em que descobriremos se nossos assistentes pessoais são mais prestativos ou mais intrusivos.
Você deveria estar preocupado?
Provavelmente não tanto quanto você pensa... ou sim, dependendo de quantas conversas embaraçosas você tiver perto do seu telefone. Este caso destaca como é difícil manter a privacidade digital, mesmo com empresas como a Apple, que muitas vezes se vangloriam de proteger os seus dados.
