Ciência e Tecnologia

Sony precisa fazer mais do que “focar nos gráficos”, diz ex-chefe do PlayStation

Os gráficos são bons, mas há mais do que isso

Logo de PlayStation
Sony PlayStation Logo de PlayStation

Desde os tempos do primeiro PlayStation, os gráficos sempre foram o grande cartão de visita da Sony. Cada novo console veio com a promessa de “a melhor qualidade visual possível”. Mas agora, mesmo alguns ex-executivos de empresas acreditam que isso já não é suficiente.

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Entre eles, ninguém menos que Shuhei Yoshida, ex-presidente da Sony Interactive Entertainment.

Gráficos incríveis? Sim, mas não é suficiente

Em uma entrevista recente ao AV Watch (traduzida por Genki), Yoshida foi claro: a Sony precisa olhar além do fotorrealismo se quiser permanecer relevante para um público mais amplo.

“O DNA do PlayStation sempre esteve ligado a gráficos de ponta... mas é hora de reconsiderarmos isso. Para permanecermos populares, temos que mudar a maneira como pensamos.”

E não é qualquer um que diz isso: Yoshida está por trás de muitos dos projetos mais importantes da Sony desde os tempos de Kutaragi (sim, o pai do PS1).

Realismo versus criatividade?

Não há dúvida de que a Sony liderou a indústria em termos gráficos. Jogos como The Last of Us Part II Remastered continuam a definir o padrão do que pode ser alcançado visualmente. Mas este compromisso com o realismo tem um preço elevado: desenvolvimentos longos e dispendiosos que envelhecem rapidamente.

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Por esta razão, Yoshida não está sozinho nesta crítica. Shawn Layden, outro ex-alto executivo da Sony, já havia dito que o atual modelo de produção AAA é insustentável, especialmente com o que os jogos custam hoje. Enquanto isso, a empresa já está explorando maneiras de agilizar seus processos usando IA e aprendizado de máquina.

Quais jogos são salvos da “obsessão gráfica”?

Um bom exemplo é o Astro Bot, uma pequena joia que surpreende sem exigir gráficos hiper-realistas. Esses tipos de projetos, mais focados em jogabilidade e inovação, podem ser o caminho que a Sony precisa explorar mais.

Do outro lado do debate, executivos como Strauss Zelnick (Take-Two) insistem que os jogos com gráficos live-action estão chegando. Mas é claro: se tudo parece com a vida real, quanto tempo leva para que se torne chato ou repetitivo?

Naughty Dog e o eterno dilema do orçamento

Até estúdios icônicos como a Naughty Dog sentiram a pressão do realismo. Seu cofundador, Andy Gavin, disse que um dos motivos pelos quais venderam o estúdio para a Sony foi justamente o aumento dos custos de desenvolvimento.

Para você ter uma ideia:

  1. Rings of Power (1992): custou US$ 100 mil
  2. Crash Bandicoot (1996): US$ 1,6 milhão
  3. Jak e Daxter (2001): também US$ 1,6 milhão

Hoje em dia, é quanto custa apenas iniciar um jogo AAA de alto nível.

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Os gráficos não são mais a única história

Sony sempre será sinônimo de poder visual, mas se você quiser ficar à frente, é preciso ir além do que passa pelos olhos. Inovação, novas ideias de jogabilidade, riscos mais criativos: é isso que poderá definir o verdadeiro futuro da PlayStation.

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