Esta segunda semana de abril começou com notícias que abalaram a comunidade científica internacional. A Colossal Biosciences informou ter clonado com sucesso três lobos terríveis, também conhecidos como lobos gigantes, uma espécie que foi extinta na Terra há 13.000 anos.
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As informações e imagens dos três lobos, em estado filhote, correram o mundo. Ver essa conquista como um marco no avanço científico e tecnológico gerou opiniões divididas nas redes sociais.
Por um lado, houve quem comemorasse esse tipo de progresso, que pode ser comparado a conquistas semelhantes da mesma empresa, que há alguns meses cultivou o pelo do (também extinto) mamute-lanoso em ratos de laboratório.
Clonar um animal ajuda a humanidade a evitar a extinção de raças essenciais para nossos ecossistemas.
No entanto, também houve quem criticasse essa ação, pois ela poderia ser perigosa para a biodiversidade atual do mundo, já que esse animal viveu há 13 mil anos.

“Não é desextinção”
De todos os grupos que deram sua opinião sobre este evento, no FayerWayer temos que destacar o que a comunidade científica teve a dizer. Vários veículos de comunicação internacionais consultaram geneticistas e pesquisadores em geral, que explicaram que o que a Colossal Biosciences fez não foi uma desextinção: o que eles fizeram foi criar um animal híbrido do lobo cinzento, animal que atualmente vive na Terra.
“Não podemos falar em desextinção, mas sim em lobos geneticamente modificados. Como o genoma do lobo pré-histórico não foi publicado, não sabemos quantos genes o diferenciam do lobo cinzento, mas considerando o tempo de divergência de ambas as espécies (cerca de 4 ou 5 milhões de anos), haverá vários milhares (de genes)”, disse Carles Lalueza-Fox, pesquisador e paleogeneticista do Instituto de Biologia Evolutiva (IBE), segundo a Cooperativa.CL.
“Se compararmos conosco e os neandertais, cujas linhagens divergiram apenas um décimo das vezes entre as duas espécies de lobo, temos 2% dos genes deles, mas ninguém diria que somos neandertais. Muito menos no caso dos lobos pré-históricos”, acrescentou.
A National Geographic, por sua vez, conversou com Miguel Pita, doutor em Genética e Biologia Celular pela Universidade Autônoma de Madri. O advogado disse, sem rodeios, que a desextinção não existe.
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“Na realidade, a desextinção, a rigor, não é possível. O que desapareceu não pode ser recuperado como era. O que pode ser feito é uma abordagem genética: uma mistura de espécies extintas e vivas. É por isso que os cientistas preferem dizer que a desextinção, como tal, é impossível”, explicou o geneticista.

