Colunistas

Vejam só como são as coisas…

Na pré-campanha, excomungou, da união, o PT: envolvido em corrupção até o último dólar na cueca, com a imagem arranhada, “sujo”. Embora tenha ensaiado conversas com o ex-presidente Lula, o todo-poderoso do PT, também rejeitou o apoio da presidente Dilma, sob a escusa de sua má avaliação nas pesquisas e arredio quanto às denúncias que a cercavam. Puxando na memória é possível recordar que há alguns anos havia um candidato ideal, que daria prosseguimento ao trabalho e ao legado deixado para este Estado. Este mesmo é, hoje, alguém que não levou o Estado tão a sério, desregulou as contas e deixou a situação fiscal desequilibrada. Esse mesmo sucessor, por sua vez, encontrou problemas do governo anterior quase quatro anos depois de ter assumido o barco, que, para ele, agora, estava furado havia tempos. Estranho é ter tomado conta da situação tanto tempo depois: incompetência ou prevaricação? E o PT de antes? Bem, este também não é mais o mesmo: vai fazer parte do novo governo, indicando um ou dois, quem sabe, secretários. É o tal “decreto virtual” da boa vizinhança.

O  Tribunal de Contas, que é (ou ao menos deveria ser) um órgão estritamente técnico, deu parecer favorável pela aprovação das contas do governador (o atual, não o eleito, que sempre teve suas contas aprovadas, sem qualquer contestação). A Comissão de Finanças da Assembleia, que é uma casa política, como alguns deputados fazem questão de dizer, rejeitou as contas e colocou sob suspeita o parecer do próprio tribunal. O plenário da Assembleia, duas semanas e muitos boicotes depois, aprovou, com ressalvas, as contas. O cidadão fica dividido entre tantos pareceres: vale o técnico ou o político? Ou os dois?

Até outubro, o governador atual tinha vários deputados aliados, que aprovavam, com fulgor, todas as propostas que chegavam à Casa. Nas sabatinas de prestação de contas, eram só elogios à atuação de quem costumavam chamar de “chefe”. Terminada a eleição (que coisa, não?!), essa maioria nem de longe existe. Os tapas nas costas e o compadrio foram substituídos por discursos inflamados contra os problemas do Estado, que não são de agora, mas foram detonados após o fim da eleição. Como se vê, entra ano, sai ano nossa política continua se rendendo à conveniência. E nós, aqui, dizendo que não é por vinte centavos… P.S.: Em tempo, um Feliz Natal e um 2015 com mais boas notícias para todos nós.

Publicidad

 

Fernando Carreiro é jornalista especializado em comunicação eleitoral e marketing político.

Siga-nos no:Google News

Conteúdo patrocinado

Últimas Notícias