O Tribunal de Contas, que é (ou ao menos deveria ser) um órgão estritamente técnico, deu parecer favorável pela aprovação das contas do governador (o atual, não o eleito, que sempre teve suas contas aprovadas, sem qualquer contestação). A Comissão de Finanças da Assembleia, que é uma casa política, como alguns deputados fazem questão de dizer, rejeitou as contas e colocou sob suspeita o parecer do próprio tribunal. O plenário da Assembleia, duas semanas e muitos boicotes depois, aprovou, com ressalvas, as contas. O cidadão fica dividido entre tantos pareceres: vale o técnico ou o político? Ou os dois?
Até outubro, o governador atual tinha vários deputados aliados, que aprovavam, com fulgor, todas as propostas que chegavam à Casa. Nas sabatinas de prestação de contas, eram só elogios à atuação de quem costumavam chamar de “chefe”. Terminada a eleição (que coisa, não?!), essa maioria nem de longe existe. Os tapas nas costas e o compadrio foram substituídos por discursos inflamados contra os problemas do Estado, que não são de agora, mas foram detonados após o fim da eleição. Como se vê, entra ano, sai ano nossa política continua se rendendo à conveniência. E nós, aqui, dizendo que não é por vinte centavos… P.S.: Em tempo, um Feliz Natal e um 2015 com mais boas notícias para todos nós.
Fernando Carreiro é jornalista especializado em comunicação eleitoral e marketing político.