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Grêmio precisa mudar a filosofia de contratações

A necessária mudança do Grêmio passa por uma completa reformulação no departamento de futebol. O executivo de futebol Rui Costa fracassou à frente do futebol do clube. Perdeu tudo o que disputou. Nem campeonatinho regional consegue alcançar.  À frente de um clube sem recursos consegue acumular impressionante insucesso nas contratações. Ou você vai me dizer que contratar Braian Rodriguez e Galhardo é sinônimo de economia?

Desconfio que os laços estreitos de Rui Costa com a família Koff constrangem o presidente Romildo Bolzan Júnior a uma mudança no departamento de futebol. Então, o presidente não age e vê seu projeto estacionar no discurso. A Rui Costa deve ser dado o crédito pelo famoso pacotão com o Juventude, quando contratou Ramiro e Alex Telles. Há também a aposta em Wendel e Geromel, este último indicado, de fato, por Felipão. Aliás, este é o ponto: quem tem um treinador com a experiência e os poderes de Luiz Felipe Scolari, de fato o gerentão de futebol do clube, não precisa de um executivo de futebol, independente do nome que estiver à frente da pasta. Ainda mais em tempos de crise.

Fornecidos os créditos a Rui Costa, vamos à conta. Trazer Dida com Marcelo Grohe voando é atirar dinheiro pela janela. E por aí vamos montando time, banco de reservas, etc… Tiago, Matías Rodríguez, Cris, Gabriel, André Santos, Adriano, Edinho, Maxi Rodriguez, Alan Ruiz, Willian José, Welliton, Galhardo, Rodriguinho, Fernandinho, Braian Rodriguez. E há ainda o ciclotímico Douglas. Volta e meia faz um grande lance. Mas quando o time precisa, some em campo.

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Não critico o Grêmio pela investida em Cristian Rodriguez. Mas o departamento médico precisa explicar o que há com este jogador. Aliás, recuperar atletas é a responsabilidade do departamento médico de um clube. Brigar com a arbitragem, como ocorreu no Gre-Nal, não é função desta área.

A contratação de Braian Rodríguez merece um capítulo a parte. Assim como Galhardo, pergunto: quem ganha com a contratação destes jogadores? Sim, pois o Grêmio não ganhou absolutamente nada. E se esta é a “filosofia Bolzan” de economizar, me avisem agora que faltei a esta aula! Talvez sejam contratações para que se faça média com algum empresário amigo.

O Grêmio precisa remontar o departamento com o vice-presidente de futebol e com o diretor César Pacheco, de permanente esforço. Rui Costa, executivo que foi engolido por treinadores, não tem biografia, ainda. Precisa de reciclagem para escolher os reforços. Talvez tenha que descer um degrau, trabalhar em clubes de menor porte, adquirir trajetória vencedora e um dia voltar com outro tamanho e currículo.

Enquanto o presidente Bolzan não interferir de forma aguda nesta área vai acumular fracassos e se distanciar da promessa pós-eleição: “Vamos transformar o Grêmio no maior clube brasileiro, sul-americano e mundial”. Hoje isto soa como fanfarrice. Seria bom começar sendo o maior clube do campeonatinho local. Depois sim, o presidente poderá olhar para ver o que há além do Mampituba. Por ora, nem de telescópio!

Jornalista esportivo desde 1986, Leonardo Meneghetti foi repórter de rádio, TV e jornal e está no Grupo Bandeirantes desde 1994. Foi coordenador de esportes, diretor de jornalismo, e, desde 2005, é o diretor-geral da Band-RS. Diariamente comanda “Os Donos da Bola”, na Band TV.

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