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O Pixuleco é nosso!

Moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza. Mas que beleza! Em fevereiro tem Carnaval. Eu tenho um Fusca e um violão… e no meu maravilhoso país agora tem o Pixuleco. Que espetáculo! Nenhum país do mundo pode hoje em dia dizer que tem o que só nós temos: o boneco gigante de um ex-presidente com uniforme de presidiário a circular pelas ruas das cidades. Uma homenagem e tanto!

No primeiro dia em que desfilou pelas avenidas de São Paulo, logo após o amanhecer na ponte estaiada, o boneco gigante que representa Lula capturava a atenção de todos, indistintamente. Primeiro, o desfile do personagem viralizou com muitas fotos nas redes sociais. Depois, ganhou as páginas de internet dos principais veículos de comunicação. E vai se tornando popular. Entre os que veem o boneco de perto, os adultos olham com desdém pelo que representa. Já as crianças brilham os olhos apontando o dedo para aquele barbudo simpaticão com orelhas enormes, cara de estupefação e uma bola de chumbo presa ao tornozelo onde se lê “Operação Lava Jato”. Aos poucos, o Pixuleco vai se tornando um símbolo da nação espoliada que vai às ruas fazer ela mesma a denúncia do que importa: o mito era uma farsa! Tão farsa que há poucos para defendê-lo hoje. A verdade vindo à tona liquidou o mito.

Hoje em dia poucos ainda duvidam que Lula não seja de fato o pai desta porcalhada toda que nos envergonha como cidadãos. Em 2004, no segundo ano de seu primeiro governo, é que o esquema bilionário do roubo de dinheiro público foi esquematizado e sistematizado na Petrobras, transformando-se no mais gigantesco e sem precedente caso de corrupção da história do Brasil. Pedro Barusco, o gerente delator, revelou que propina sempre houve, mas que a institucionalização do assalto começou no primeiro governo petista. Lógico. Ninguém rouba desta forma, tanto e durante tanto tempo, sem a anuência do chefe. E nas últimas semanas ficou claro para todo mundo o papel de Lula atuando como um office-boy de luxo da Odebrecht, a maior e mais enrolada empreiteira do país. O ex-presidente não entrará mais para a história como o herói de um povo que fez o que podia de forma honrada e digna.

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Enquanto Sérgio Moro trabalha e tira o sono da bandidagem, a história está sendo contada nas ruas com o povo escrevendo o roteiro. E o Pixuleco, personagem principal que até esfaqueado já foi e sobreviveu, veio para ficar.

Diego Casagrande é jornalista profissional diplomado desde 1993. Apresenta os programas BandNews Porto Alegre 1a Edição, às 9h, e Rádio Livre, na Rádio Bandeirantes FM 94,9 e AM 640

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