Tratada com desdém pela classe política, que já não a respeita e articula seu impeachment, a presidente Dilma também perde contato até com seu criador. Ela tenta há três dias contato com Lula, que não atende e nem retorna as chamadas. O afastamento se deve ao pacote fiscal do governo e principalmente à manutenção do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), cuja demissão ele recomenda há meses.
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Preocupação
Fontes próximas a Dilma e ao ministro Joaquim Levy (Fazenda) afirmam que a presidente está “abalada” com o distanciamento de Lula.
Descolando-se
A aliados, Lula tem dito que Dilma “perdeu o controle da situação”. Sua maior preocupação é que o desgaste dela o “contamine”.
Sujou, mané
A demissão de Mercadante tem sido recomendada por outros aliados de Dilma, sobretudo após seu envolvimento na Operação Lava Jato.
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Nem aí
Dilma quis falar com Lula sobre substituir Mercadante pelo assessor Giles Azevedo ou a ministra Kátia Abreu (Agricultura). Ele não retornou.
Fundo Partidário poderá pagar até conta de bar
Além de consolidar o fundo partidário, que só em 2015 vai transferir cerca de R$ 1 bilhão do Tesouro Nacional para os partidos políticos, os deputados aprovaram, na reforma política, outras novidades marotas. Pelo projeto aprovado, os dirigentes partidários – mesmo sem mandato – podem gastar à vontade o Fundo bilionário, do aluguel de jatinhos a marqueteiros, inclusive para pagar despesas de bares, jantares, etc.
Financiamento público
Criado com R$ 65 milhões anuais, o Fundo Partidário foi aumentando de valor até saltar de R$ 350 milhões para quase R$ 1 bilhão em 2015.
Reformas polêmicas
Ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) elogiaram a reforma política aprovada no Senado. Já o projeto aprovado na Câmara…
Incoerências
Aprovada a toque de caixa, a reforma política da Câmara nem passou pelo crivo de revisor: proíbe em um artigo o que é previsto em outro.
Maracutaia no DNPM
A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na sede do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), em Brasília, e levou computadores do diretor-geral, Celso Luiz Garcia, suspeito de irregularidades na exploração de pedras preciosas.
Críticas ao PT irritam
As críticas à roubalheira nos governos do PT, que permearam o voto do ministro Gilmar Mendes, ontem, irritaram o presidente do Supremo Tribunal Federal, que, ao final, tratou o colega com incomum rispidez.
Prêmio ou castigo?
Dilma deve ter bronca do ministro Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia). Considera transferi-lo para a pasta de Relações Institucionais, que ele ocupou durante o governo Lula.
#tiramãodomeubolso
A Petrobras anunciou “cortes”, redução de vantagens, etc, mas não esclarece se continuará assaltando o contribuinte para pagar academia de ginástica, remédios e até a faculdade dos filhos dos funcionários.
Ironia do destino
O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), definiu o pedido de impeachment de Dilma como “golpe”. Ironicamente, em 1999, seu irmão, o mensaleiro José Genoino, propôs o impeachment de FHC.
Faltam 56
São necessários dois terços, não três quintos, dos deputados para dar prosseguimento ao processo de impeachment na Câmara. A oposição tem 286 dos 342 votos para libertar o país da presidente-âncora Dilma.
Cid condenado
Acusado de “achacador” pelo ex-ministro Cid Gomes, Eduardo Cunha ficará R$ 50 mil mais rico. Cid foi condenado a indenizá-lo. Para Cunha, a condenação é modesta, considerando a gravidade da ofensa.
Já vai tarde
Não deixou saudades entre funcionários da Secretária de Assuntos Estratégicos a passagem de Mangabeira Unger, que ficou sete meses no cargo. Para eles, arrogância e vaidade são as marcas dele.
Ajuda à la Dilma
Na verdade, Dilma ajudou o ciclista acidentado tão bem quanto tirou o Brasil da crise: ficou em pé em torno da vítima, como outros curiosos.
Com Gabriel Garcia, Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos