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Hora de reformar a política

diego-casagrandeO impeachment de Dilma Rousseff finalmente aconteceu. Para os esperançosos, prova de que há luz no fim do túnel deste caos econômico e político em que estamos metidos. Para os céticos, prova de que o Brasil tem jeito ao enfrentar suas mazelas, a pau e corda, da nossa maneira, mas tem. É o fim de 13 anos de populismo e irresponsabilidade. Interrompe-se um projeto de poder corrupto e totalitário, que associou o Brasil à ditadura cubana, a países bolivarianos sul-americanos e ditaduras africanas. Tudo isso regado a muito dinheiro fácil dos nossos suados impostos.

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Desde que chegou ao Planalto em 2003, a meta de Lula e José Dirceu sempre foi ficar por muito tempo no comando, coisa de 20 ou 30 anos no mínimo. Para isso, eram necessários recursos financeiros para comprar consciências e poder. E foi o que fizeram primeiro com o mensalão. Depois veio o petrolão, o roubo em escala estratosférica, tornando nosso país sede de um dos maiores centros de roubalheira da história. Ao condenar Dirceu, Genoino e Delúbio, o então ministro do STF, Ayres Britto, afirmou: “O objetivo do esquema era um projeto de poder quadrienalmente quadruplicado. Projeto de poder de continuísmo seco, raso. Golpe, portanto”. Seu colega Celso de Mello carimbou: “Um projeto criminoso de poder!”

Para distribuir dinheiro a rodo, sem critério, via programas sociais, e para os amigos do rei através do BNDES, foi preciso endividar o Brasil sem precedentes. A dívida interna e o deficit público comprometem nosso futuro. A tarefa de resgate será difícil, dolorosa. Em perspectiva, creio que a única forma de salvarmos este arremedo que chamamos de “democracia” é mudando as regras via reforma política. É urgente! Parlamentarismo, separação entre Estado e governo, voto distrital puro, um homem um voto, “recall” para interromper mandatos, cláusula de barreira para partidos, mudança na escolha dos ministros do STF e no foro privilegiado, além da adoção do federalismo. Estas são grandes mudanças capazes de alterar a cara da política no país. Não se trata de capricho, é necessidade.

Fora destas reformas, seguiremos sendo um país instável, com sucessivas crises políticas, onde os eleitos não representam o povo que, cada vez mais quer distância dos eleitos. E assim não há país que resista.

Diego Casagrande é jornalista profissional diplomado desde 1993. Apresenta os programas BandNews Porto Alegre 1a Edição, às 9h, e Rádio Livre, na Rádio Bandeirantes FM 94,9 e AM 640

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