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Palmas para ele: Luan renderá uma fortuna

A venda de Luan parece mesmo inevitável. Imagino o dilema do presidente Romildo Bolzan Júnior e seus colegas de direção. No ano que indica o Grêmio com enormes possibilidades de títulos, há uma concreta e inquietante proposta pelo jogador mais talentoso da equipe. Mas é preciso que se diga que Luan, campeão olímpico com a Seleção, contrato encerrando-se com o clube, até passou da hora de venda. Está com 24 anos. Ou segue o destino agora ou será negociado por uma merreca dentro de dois anos. O presidente Bolzan seria acusado de péssimo gestor caso recusasse proposta na casa dos 20 milhões de euros. O clube ficará com 15 milhões de euros, cerca de R$ 58 milhões.

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Não será fácil Renato Portaluppi ajeitar o time sem o talento de Luan. O Grêmio não é dependente de seu futebol. Mas é inegável a contribuição que ele dá ao time, às vezes com lances inesperados. Sejamos realistas: Luan já deveria ter deixado o clube em 2016, logo após a conquista da inédita medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. Não foi. Ficou mais um ano, ajudou na conquista da Copa do Brasil e ajudará agora a atenuar as dificuldades financeiras do Grêmio. “Valeu, Luan. Obrigado”, é como deveriam pensar os gremistas.

Renato foi competente para contornar a perda do titular Giuliano. Apostou em Ramiro. Aliás, recuperou o versátil meia, que tinha dificuldades após a lesão. Pois o treinador gremista posicionou Ramiro mais à frente, pela direita, e encaixou o meio-campo do time. A diferença é que Giuliano não era um jogador tão diferenciado quanto Luan. E havia alguém no grupo com  qualidades para cumprir a missão. Giuliano é melhor ofensivamente, mas Ramiro é ainda mais participativo e tem ótima capacidade de marcação.

Com Luan não será tão fácil. No grupo de jogadores há Bolaños, o equatoriano envolvido numa sequência interminável de problemas particulares. E ainda com lesão no púbis, o que pode forçar outra parada longa. Bolaños é diferente de Luan. É mais ofensivo, inclusive, e, motivado, seria boa reposição. Até o final do mês, Douglas deverá estar de volta e acho que ocupará essa vaga. A outra alternativa é uma mudança tática, promovendo Fernandinho como titular. Não é a tendência de Renato montar seu time com três atacantes. Ele está longe de ser um ofensivista.

O Grêmio vai sentir a ausência de Luan. Não tenho dúvida disso. Mas a negociação é irrecusável. O clube deve continuar revelando jogadores e investindo em alguns quase prontos. É assim que nosso futebol, ainda amador na administração desde a controladora CBF, sobrevive diante dos poderosos europeus. O futebol brasileiro não pode se divorciar da dura realidade do país. Recusar cerca de 20 milhões de euros seria como andar de mãos dadas com a irresponsabilidade. O presidente Bolzan segurou até quando pôde. A partir de agora, correria riscos.

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