Conforme o boletim Focus divulgado pelo Banco Central, as projeções para o IPCA (índice de Preços ao Consumidor Amplo), que serve para medir a inflação, devem ficar abaixo de 3%. A mediana das instituições que em conjunto alimentam o indicador, a expectativa sai de 3,08% para 2,97%. Já para os próximos 12 meses a expectativa passou de 4,12% para 4,08%. Os grandes responsáveis pela queda registrada até aqui foram os alimentos e as bebidas, que nos últimos 12 meses tiveram uma deflação de 2,21%. Ou seja, seus reajustes ficaram abaixo da inflação medida no mesmo período.
Já as expectativas para a taxa básica de juros é de 7% para 2017 e 7,25% para 2018. O crescimento do nosso PIB (produto interno bruto) passou de 0,60% para o,68% na visão dos analistas. Bem, toda esta sopa de números quer dizer que o Brasil já bateu no fundo do poço e vem pouco a pouco se recuperando em busca da luz e do oxigênio necessários para respirar e, quiçá voltar a crescer em 2019.
A inflação medida não incorpora os reajustes de energia elétrica com o fim da bandeira verde e tão pouco o gás de cozinha, que funcionam na contramão da queda da inflação. Porém, o baixo consumo gerado pela perda de renda vai forçar os demais preços do varejo para baixo, produzindo um efeito de anular as forças contrárias de alguns produtos e serviços sazonais que tendem a ter aumentos, como foi o caso do gás de cozinha e energia elétrica. Também os anúncios de retorno ao financiamentos de imóveis devem ajudar a, pelo menos, desovar estoques de imóveis que as construtoras possuem prontos ou em acabamento, e a estimular a construção de novos.
Todas as ações e fenômenos conjuntos se somam na recuperação paulatina da econômica brasileira e na geração gradual de novos empregos. Alguns, com certeza, já no último trimestre, para atender as demandas de final de ano.
Porém, tudo isto pode ganhar um outro impulso, se as reformas estruturantes avançarem dando credibilidade e confiança ao empresariado e investidores que os convença a apostar num Brasil estável e previsível.
O mais importante de tudo é saber que em 2018 teremos eleições e que é necessário conhecer as propostas e vida pregressa dos candidatos que se apresentarão. O Brasil da Lava Jato não somos nós e sim uma minoria de oportunistas que deve e será banida da vida política pelo poder de seu voto consciente.