O melhor Grêmio que nós vimos nesta temporada, pouco antes da metade do ano, ganharia razoavelmente fácil a Libertadores da América. Este Grêmio atual está na briga, é postulante, mas já sem tanto favoritismo. Ou seja: Renato terá de fazer seu time jogar mais. E deve usar os jogos do Campeonato Brasileiro para ajustar o esquema tático e acertar definitivamente o posicionamento de Ramiro e Fernandinho. O Grêmio tem se apresentado torto em campo, com jogadores fora da posição onde melhor rendem e esta teimosia poderá cobrar a sua conta.
O extraordinário fato da semana passada merece reflexão. O River Plate enfiou 8 a 0 no Jorge Wilstermann, deixando-nos embasbacados com tamanha capacidade de dar a volta por cima. Nem sei se o River conseguirá passar pelo Lanús, num duelo do país vizinho. Mas o fato é que o tradicional clube argentino ganha corpo.
O River ainda não é motivo de preocupação para o Grêmio que tem um desafio e tanto pela frente. E é bom mesmo que esteja focado no seu problema. O Grêmio passou pelo Botafogo, mas foi com um futebol nada convincente. Jogou mal no Rio e também na Arena. No segundo jogo esteve completamente dominado no primeiro tempo. Foi pela incompetência de seus finalizadores que o time carioca não saiu em vantagem. Ou seja, o Grêmio precisa melhorar. E Renato tem um mês para deixar a equipe pronta até o confronto com os equatorianos.
O Barcelona não é tão aventureiro assim na Libertadores quanto alguns imaginam. Já disputou duas finais. Na primeira delas foi superado pelo Olimpia do Paraguai, em 1990. Depois, em 1998, batido pelo Vasco da Gama. Na temporada atual, foi segundo colocado de sua chave que tinha justamente o Botafogo, mais Estudiantes e Nacional da Colômbia, o atual campeão. Portanto, passou em uma chave forte. Acumulou três vitórias, dois empates e uma única derrota. Depois, eliminou o Palmeiras e Santos. A coincidência é que nas duas ocasiões a partida decisiva foi fora de casa, portanto no Brasil.
Estamos falando de um time forte fisicamente e com velocidade para chegar ao ataque. A defesa é vulnerável, costuma ser fácil marcar no Barcelona. Em compensação, o ataque produz bem, joga pelos flancos, chega em bloco na frente. Resistir no primeiro jogo será fundamental.
Renato precisa dar sequência ao Grêmio. Só assim conseguirá recuperar aquele ritmo que chamou a atenção do País e que agora não se vê mais. O Grêmio desencaixou, perdeu valores no grupo, limitou as alternativas para o treinador. Luan voltará ao time como a grande solução. Mas que não se deposite apenas nele a esperança. O técnico deve contribuir para este ajuste. Chega de testar Fernandinho na esquerda. Ali, não rende bem. Ramiro também precisa retornar a sua posição original, como terceiro do meio-campo pela direita. O Grêmio chegou entre os quatro finalistas e tem time para chegar também ao título. A missão é de Renato.