Quase uma ironia, hoje, 20 de março, é o Dia Internacional da Felicidade. E me fez pensar numa discussão sobre felicidade que tivemos essa semana no curso on-line Cultivando o Equilíbrio Emocional, que estou fazendo com a neurocientista Elisa Kozasa, na Associação Palas Athena.
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Você já ouviu falar em “eudaimonia”? É um termo grego que remete à felicidade genuína.
“O processo de busca de equilíbrio tem também como objetivo conhecer a felicidade. Mas as pessoas fazem uma confusão sobre o que é a felicidade verdadeira”, disse Elisa. E falou sobre as felicidade hedônica ou eudaimônica.
A felicidade hedônica é baseada na aquisição dos prazeres, no que eu consigo e conquisto do mundo. O que compro, o que consumo. É a felicidade que depende de algo externo, que o outro pode me proporcionar. Um exemplo: “Só serei feliz se ele me amar”. Ou: “Quando conseguir aquele cargo ou comprar aquela casa, serei feliz.”
A felicidade eudaimônica vai no sentido oposto: se baseia no que eu posso cultivar em mim e oferecer para as outras pessoas. “A perspectiva da felicidade eudaimônica traz mais independência para a conquista da felicidade, porque é baseada nas nossas virtudes e depende do que nós podemos trazer ao mundo”, diz Elisa.
Essas felicidades não são antagônicas, se complementam. “Mas a eudaimônica é a principal para o bem-estar e a realização pessoal: está ligada a ter um propósito de vida.”
Como colocar isso em prática em tempos de pandemia e caos? Mudando o nosso olhar e a nossa postura diante dos acontecimentos. Não se trata de fechar os olhos para a realidade, mas ir além dela.
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O pesquisador israelense Tal Ben-Shahar, especialista em Psicologia Positiva e autor de vários livros sobre positividade e felicidade, sugere o exercício diário da gratidão.
Em vez focar apenas os os números assustadores, os problemas, riscos, medos e dificuldades, olhe também para as coisas que você tem hoje e que são motivos para agradecer.
A sua saúde, sua comida, uma casa para morar, uma família que está protegida e perto de você…
E não podemos esquecer de trabalhar a empatia: olhar o outro e se colocar no lugar do outro. Em suas palestras, Ben-Shahar cita um estudo realizado em parceria pelas universidades de Harvard e Columbia que mostra que, quando fazemos algo bom para o outro, isso traz benefícios para nós mesmos e para todos ao nosso redor.
No estudo foram selecionados dois grupos de participantes: ambos tiveram seus níveis de felicidade mensurados. O grupo 1 recebeu uma quantia em dinheiro para ser gasto com qualquer coisa que desejasse: um presente para si mesmo. Depois das compras, os níveis de felicidade foram mensurados e tinham aumentado. No dia seguinte, essas pessoas foram novamente avaliadas. Os níveis de felicidade voltaram para os anteriores à compra.
Na segunda parte da pesquisa, o grupo 2 recebeu a mesma quantia de dinheiro que o primeiro grupo, mas foi orientado a gastar com os outros: doando para uma instituição de caridade, comprando presentes para amigos e familiares… Depois das compras, os níveis de felicidade foram mensurados e tinham aumentado tanto quanto os do primeiro grupo.
A diferença foi que, no dia seguinte, quando essas pessoas foram novamente avaliadas, os níveis de felicidade tinham diminuído um pouco, mas estavam significantemente maiores do que os do grupo 1. Conclusão: fazer o outro feliz nos faz feliz. E essa felicidade é mais duradoura.
E não fazer ser nada piramidal. Que tal ligar pra sua tia em isolamento pra bater um papo e saber como ela tem passado?
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