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Antroposofia busca equilíbrio e saúde por meio da conexão com a natureza

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Você já ouviu falar de antroposofia? Do grego “conhecimento do ser humano”, trata-se de uma filosofia criada pelo filósofo Rudolf Steiner no início do século 20, na Suíça, com a proposta de ampliar o conhecimento sobre a natureza humana e aplicar essa sabedoria de forma prática em todas as áreas da vida.

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“A antroposofia convida o ser humano a se conhecer até a essência mais profunda. E conhecer também o mundo que o cerca, percebendo as relações entre ele, a natureza e o universo”, define Maria Cecília Antunes, engenheira química e pesquisadora especialista em antroposofia.

Abstrato demais? Pois Cecília defende que a antroposofia é “muito prática”. Steiner dizia que a sabedoria que não é colocada em prática não evolui. “A proposta da antroposofia é transformar o conhecimento, a sabedoria e o amor em ações práticas para ajudar o mundo a ser melhor.” Uma necessidade tão atual, não é mesmo?

A especialista cita a medicina antroposófica, criada em 1920, como um exemplo de aplicação prática desse conhecimento em uma medicina que vê o ser humano de forma integral. Ela surge como complementar à medicina tradicional e continua assim até hoje.

“A medicina antroposófica visa o bem-estar físico, mental e individual”, afirma o médico antroposófico José Roberto Lazzarini Neves, referência na área. Segundo o médico, ela usa os recursos que a natureza oferece para devolver a vitalidade e o equilíbrio da pessoa.

“Vejo a medicina antroposófica como uma medicina integrativa. A medicina integrativa conecta as medicinas tradicionais com a medicina científica. E a antroposofia complementa a medicina científica, trazendo uma visão ampliada do ser humano, de saúde e doença”, explica.

Os médicos antroposóficos fazem a faculdade de medicina e, depois, uma segunda formação, em medicina antroposófica. No tratamento, eles priorizam os medicamentos antroposóficos, mas também lançam mão dos medicamentos convencionais, quando consideram necessário.

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Corpo e mente

A Organização Mundial da Saúde (OMS) compartilha desse conceito de que a saúde não é apenas ausência de doença. “Ela define saúde como um estado de equilíbrio físico, mental e social. Se um desses pontos entra em desequilíbrio, há predisposição para doenças.”

Um dos princípios fundamentais da antroposofia é que o homem é parte da natureza, e não um ser à parte. Por isso, a natureza é a referência para o desenvolvimento dos medicamentos antroposóficos: eles são feitos com ingredientes naturais, orgânicos ou biodinâmicos.

Os medicamentos antroposóficos podem ser manipulados ou são produzidos pela Weleda, marca antroposófica de medicamentos e cosméticos naturais que nasceu há 100 anos na Suíça e está presente no Brasil há 59 anos. Entre os fundadores da Weleda está o filósofo Rudolf Steiner.

“Esses medicamentos passam por um processo de dinamização manual, um método farmacêutico que tem como objetivo liberar as forças energéticas de determinada substância”, explica Lazzarini.

“Dinamizar significa diluir e chacoalhar várias vezes. Quando o medicamento é dinamizado, ele libera a energia, a vitalidade da substância que vai atuar sobre o nosso corpo vital e trazer de volta o equilíbrio que foi quebrado no processo da doença”, conclui.

Agricultura orgânica e biodinâmica

Pesquisadora na área de medicamentos antroposóficos, Maria Cecília Antunes conta que a agricultura biodinâmica foi desenvolvida na Suíça em 1924, como uma resposta ao questionamento antroposófico de como aplicar o conhecimento adquirido em uma agricultura responsável, que levasse em conta o ser humano e a natureza

Tanto a agricultura orgânica como a biodinâmica são livres de agrotóxicos. Mas o cultivo biodinâmico está um passo além. “A agricultura biodinâmica olha para o cultivo de maneira integrada, respeitando os ciclos da natureza. O agricultor trata a terra com preparados biodinâmicos para revitalizá-la. Esses preparados são diluídos e dinamizados, produzidos de modo semelhante aos medicamentos antroposóficos.” O ecossistema se fortalece pelas suas próprias riquezas naturais, por isso a biodiversidade é fundamental. Além de não utilizar agrotóxicos, as sementes também são orgânicas.


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