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The Underground Railroad não deixa ficar indiferente

Não é difícil prever que a minissérie The Underground Railroad, recém-lançada pelo Amazon Prime Video, vai emplacar nas principais premiações da TV americana. A adaptação do romance homônimo de Colson Whitehead em dez episódios dirigidos por Barry Jenkins (de Moonlight e Se a Rua Beale Falasse) tem uma qualidade cinematográfica – na fotografia, na cadência lenta e imersiva – à qual é difícil ficar indiferente. Também é muito difícil ficar indiferente à violência desta história sobre a escravidão nos anos que antecedem a Guerra Civil Americana.

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Na trama, acompanhamos a escrava fugitiva Cora (vivida pela sul-africana Thuso Mbedu), que usa a ferrovia subterrânea do título para tentar a sorte em lugares diferentes do Sudeste dos EUA, tendo sempre um caçador (Joel Edgerton) em seu encalço. No livro, Whitehead aproveita um elemento verídico – a rede de transporte e abrigo que abolicionistas usavam na época para ajudar escravos em fuga, que não era uma “railroad” de verdade – para conceber uma fictícia estrutura de túneis e trilhos, uma ferrovia subterrânea literalmente. Ou seja, a narrativa trata o nome da Underground Railroad ao pé da letra e parte de uma licença poética que a aproxima do realismo mágico – e Jenkins se aproveita disso para conceber a série e impor um caráter onírico, e de pesadelo.

O primeiro episódio é o mais pesado, como já avisam os créditos iniciais, e mostra a violência contra os escravos negros frontalmente, para que ela se instale no espectador e o acompanhe, como espectro e trauma, pelos nove episódios seguintes. The Underground Railroad funciona como um longa-metragem dilatado, e como tal é preciso chegar ao desfecho para julgar a pertinência e o impacto de decisões tomadas no princípio. Para além das reações iniciais, o que fica de The Underground Railroad é um senso de assombro que tende a perdurar com o espectador depois do fim da série. Conhecemos com Cora todos os matizes do sofrimento e da morte, as metafóricas e as factuais.

FRASE DA SEMANA

“Nós apoiamos todo nosso elenco e equipe e nos posicionamos contra todos os ataques de ódio e racismo”

A Paramount se posiciona no Instagram contra os ataques sofridos pela atriz Laci  Mosley, recém-escolhida para atuar no revival da série teen iCarly

NERDÔMETRO

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Sobe

Warner – A gigante de comunicação AT&T anunciou que vai fundir Warner Media e Discovery para criar gigante do streaming na luta contra Disney e Netflix

Desce

MGM – À venda há anos, um dos estúdios mais tradicionais de Hollywood pode ser comprado pela Amazon por US$ 9 bilhões

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