Foi o evento mais aguardado dos últimos tempos. Tenho 55 anos e, sem comorbidades, minha vacinação em São Paulo estava prevista para o dia 17 de junho. Desde que me inscrevi para a xepa da vacina e fiz o pré-cadastro no site vacinaja.sp.gov.br, só saio de casa com identidade e comprovante de residência.
No dia 16, vi no site ondetemvacina.com que tinha um posto de vacinação numa farmácia perto de casa. Tentei ligar, só dava ocupado. Resolvi ir até lá pra confirmar. Estavam aplicando.
Arrisquei perguntar: 55 anos pode? E a surpresa: “A prefeitura liberou 50+.” Me deu até uma tontura de felicidade. Entrei em uma fila pequena e, 15 minutos depois, saí vacinada com a AstraZeneca. Uma sensação tão boa que quase levitei!
Ainda na fila, presenciei alguns “sommeliers” de vacina em busca de doses outros fabricantes. A melhor vacina é a que está disponível. Todas as vacinas liberadas para imunização no Brasil oferecem o grau de proteção recomendado pela OMS. “Mas a AstraZeneca dá reação.” E daí? Melhor uma febre leve e uma dor no corpo por algumas horas do que pegar Covid, não?
Oito horas depois da vacina comecei a sentir um mal-estar: calafrios, cansaço e dor no corpo. A febre não passou de 38 graus. Era noite, tomei 500 miligramas de paracetamol e fui deitar. O efeito durou até 3 da manhã, quando os calafrios voltaram. Aí parti para a dipirona, 1 grama. Voltei a dormir e não tomei mais nada. Acordei com uma sensação de cansaço que permaneceu durante o dia, mas já estava bem melhor.
Sei que a primeira dose é só um dos passos. Meu organismo vai levar cerca de três semanas para atingir o potencial máximo da imunidade dessa primeira etapa e o processo só estará concluído três semanas depois da segunda dose.
Sei que devo continuar a usar a máscara e a evitar aglomerações porque as vacinas — qualquer delas — não impedem que a gente contraia e transmita o vírus: ela evita a morte por coronavírus. O que já é sensacional.
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