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Gastrite e refluxo: aposte nos alimentos certos e fuja dos ‘prazóis’

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Os distúrbios digestivos, como a gastrite e o refluxo, são campeões de queixas entre as pessoas no mundo inteiro. O aumento do estresse e da ansiedade durante a pandemia só agravou o quadro. Quando somamos a má-alimentação e o aumento do consumo de bebida alcoólica, o resultado é ainda pior.

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Se você se alimenta mal, de modo desregrado, o corpo reage com dor e desconforto. “A gastrite e o refluxo são recados do organismo de que seus hábitos alimentares estão errados. São respostas do corpo à má-alimentação”, afirma a nutricionista funcional Carina Müller.

Ela explica: a gastrite é o aumento do ácido clorídrico no estômago, provocando inflamação na mucosa que reveste o órgão e causando sintomas como dor abdominal, azia, náuseas e até vômito. Vale lembrar que o ácido clorídrico é essencial para a nossa saúde, pois é uma barreira químico-física e imunológica contra os microorganismos e tem papel importante na digestão e na absorção de nutrientes.

Carina conta que o refluxo gastroesofágico é caracterizado pelo retorno do conteúdo ácido do estômago para o esôfago, cuja mucosa não está preparada para receber substâncias tão ácidas. “Isto ocorre quando o esfíncter esofágico, uma válvula entre o esôfago e o estômago, está parcialmente relaxada, não fechando totalmente o orifício após a passagem do alimento, permitindo esse retorno.” Os sintomas mais comuns são queimação, azia, dor torácica intensa e tosse de repetição.

“Para se livrar desses sintomas, muitas pessoas que sofrem com gastrite e refluxo acabam viciadas nos ‘prazóis’ (Omeprazol, Pantoprazol) ou inibidores da bomba de prótons”, afirma. Esses medicamentos reduzem a secreção do ácido clorídrico pelo estômago.

“Mas o uso crônico e indiscriminado desses remédios pode favorecer o surgimento de uma série de problemas: doenças cardiovasculares, osteoporose, problemas nos rins, alterações neurológicas como Alzheimer, crescimento bacteriano intestinal, deficiência de vitamina B12, de vitamina C, cálcio, ferro, magnésio e doenças decorrentes destas deficiências.”

A nutricionista afirma que a maneira mais efetiva de aliviar os sintomas de gastrite e refluxo é tratar a causa: os maus hábitos alimentares.

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O primeiro passo é cortar ou reduzir o consumo de alimentos inflamatórios:

  1. fritura e gordura saturada (carnes gordurosas e embutidos);
  2. produtos feitos com farinha de trigo branca (pão francês, biscoitos, massas);
  3. açúcar branco, doces e refrigerantes;
  4. bebidas alcoólicas e estimulantes (café e energético);
  5. leite e queijos.

Outros hábitos que contribuem para o agravamento do refluxo e da gastrite:

  1. ingestão de líquidos durante as refeições;
  2. má-mastigação;
  3. consumo constante de bebida alcoólica;
  4. cigarro e tabaco;
  5. uso indiscriminado de anti-inflamatórios.

O estresse também é um fator importante para a piora do quadro.

Ter um estilo de vida saudável, com prática de atividade física (que ajuda no controle do estresse) e alimentação equilibrada, é fundamental para prevenir e tratar os distúrbios digestivos.

“E, além de retirar ou reduzir os alimentos inflamatórios, é importante incluir muitos alimentos anti-inflamatórios no cardápio, pois uma alimentação equilibrada regula a acidez estomacal.

A seguir, Carina dá dicas preciosas para melhorar o refluxo e a gastrite.

  1. Procure ter uma alimentação anti-inflamatória, ou seja, rica em frutas, verduras, legumes, cereais integrais e leguminosas.
  2. Toda manhã, em jejum, tome um shot com cúrcuma e gengibre em pó (misturados com um pouco de água) ou um suco verde de couve, pois a couve é cicatrizante de mucosa gástrica.
  3. Adote o hábito de tomar chás digestivos, como o de espinheira santa, guaçatonga, funcho, boldo e alecrim de duas a três vezes ao dia, 30 minutos antes ou 1 hora depois das refeições.
  4. Inclua no cardápio alimentos antioxidantes (gengibre, cúrcuma frutas vermelhas) e ricos em vitamina C (brócolis, abacaxi, acerola, couve, goiaba, ameixa, morango, açaí, kiwi).
  5. Coma 3 porções de frutas ao dia.
  6. Procure jantar cedo: tente fazer a última refeição até as 20 horas.
  7. No jantar, faça uma refeição leve, incluindo sopa, creme, purê de vegetais ou vegetais cozidos, assados e refogados, para facilitar a digestão.
  8. Coma em menor quantidade. O ideal é fazer cinco refeições menores (café da manhã, lanche, almoço, lanche e jantar leve).
  9. Uma refeição completa e nutritiva deve ser composta de pelo menos 1 legume (cenoura, abóbora, abobrinha, chuchu, vagem, berinjela), 1 verdura (couve, acelga, brócolis, couve-flor, rúcula, espinafre), 1 fonte de proteína (ovo, peixe, frango, carne, feijão, grão-de-bico, tofu) e 1 fonte de carboidrato complexo (arroz integral, batata doce, mandioca, inhame, quinoa).

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