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A Forma da Água: diretor explica porque a cena da masturbação é tão importante

Reprodução / Getty

Há tempos Guillermo del Toro ocupa um lugar especial como cineasta e quando fala sobre seus próprios filmes, aborda cuidadosamente a importância de cada detalhe e, como é de costume, revela como busca usar o cinema e a fantasia para contar histórias mais humanas.

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Seu mais novo longa «A Forma da Água», que recebeu 13 indicações ao Oscar 2018, parece ser mais uma dessas produções carregadas de detalhes e uma profundidade que encanta os espectadores.

«Espero que eu possa fazer um filme em que as pessoas possam cantarolar quando deixem o cinema», disse Del Toro em uma entrevista para a série Spotlight da IndieWire Awards. «Não a música, mas o filme. (…) Que possam cantarolar sobre o sexo, sobre o amor, sobre a vida, sobre a empatia».

Ambientado na década de 1960, «A Forma da Água» é a história de uma mulher muda, interpretada por Sally Hawkins, que se apaixona por uma criatura misteriosa em um laboratório secreto do governo, onde trabalha como zeladora.

«Eu escrevi para ela porque ela é extraordinária e comum», disse o diretor sobre a atriz. «Ela pode estar ao seu lado em uma parada de ônibus, mas também é brilhante, maravilhosa, mágica. Queria mostrar que não é uma princesa animada, que esse conto de fadas tem limites», acrescentou sobre a personagem Elisa.

A sexualidade de Elisa

Em uma das cenas do filme, Del Toro mostra a rotina de Elisa durante a manhã. Além de revelar o cotidiano, o diretor usa a relação da personagem com a água para alcançar o espectador.

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«Queria mostrar a maneira como ela sonha com a água, usa água para ferver seus ovos, e logo vai e entra na água, e se masturba, aquece seus sapatos e vai para o trabalho, uma rotina perfeitamente aceitável por qualquer padrão», explica, rindo.

A masturbação de Elisa é parte da sua rotina diária. Com isso, Del Toro busca mostrar a sexualidade feminina como algo natural, o que ele mesmo reconheceu que raramente é feito na sétima arte.

«Estamos acostumados ​​a nunca representar a sexualidade feminina ou para representá-la de uma forma glamorosa e artificial», disse o diretor. «A maior parte da sexualidade no filme não tem glamour, incluindo o momento em que se juntam, o anfíbio e ela, é feito de uma maneira muito humana, abrangente e naturalista. Aos poucos se apaixonará pela criatura».

O diretor confessou que pensou dessa forma para que o público fosse se apaixonando também gradualmente pela criatura aquática.

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