Evangeline Lilly conquistou a atenção mundial ao interpretar Kate Austen, na série cult dos anos 2000 «Lost». Após uma participação aclamada pela crítica no filme «Guerra ao Terror» e se aventurar como escritora, a atriz canadense interpreta a elfa guerreira Tauriel em «Hobbit», uma das partes da trilogia do diretor Peter Jackson adaptada da obra de J.R.R. Tolkien. Mas, ao contrário da impulsiva personagem que interpreta, a atriz de 35 anos é completamente serena, afável e pé no chão. Embora Tauriel não seja uma personagem original da obra de J.R.R. Tolkien, o desempenho de Lilly fez com que o diretor Peter Jackson escrevesse o papel justamente para a interpretação dela, com muitos fãs se identificando com a elfa ruiva. O Metro Jornal conversou com Lilly sobre a vida na Terra Média.
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Metro – Você gostou do diretor Peter Jackson criar Tauriel, uma personagem que não existe no livro original?
Evangeline Lilly – Adorei o fato de Tauriel ter sido criada especialmente para mim. Isso é maravilhoso (gargalhadas) e é uma honra. É sensacional receber um telefonema de Peter Jackson e ele dizer: «tenho este papel para você». E em seguida, [os roteiristas] Fran Walsh e Philippa Boyens também falarem para você: “Quer construir o personagem conosco”. Fui convidada para participar deste processo criativo e para uma escritora isso foi uma honra. Estar com pessoas que já ganharam um Oscar e também aceitavam minhas ideias.
Todas as mulheres no universo criado por J. R. R. Tolkien são fortes e independentes ao seu próprio modo. Galadriel representa poder. Arwen, amor. Eowyn, decisão. O que Tauriel representa?
Ela representa compaixão. O poder do idealismo, da justiça e da inocência. Ela é muito jovem, muito inocente, e realmente não compreende como é terrível o mundo fora de seu reino. E uma das minhas coisas favoritas quando assisto a este filme é que trabalhei muito duro para que o público pudesse ver o quanto ela é jovem. E ela descobre que tudo não é como ela acredita, claro, isso em meio a uma terrível luta contra os Orcs [gargalhadas]. Ela é corajosa, mas muito, muito inocente.
Como você observa o avanço através dos filmes da série «Hobbit»? No primeiro, ela é uma guerreira elfa implacável, mas depois nos vemos seu lado mais suave.
Amei esta evolução. Ela encontra sua própria força e nós vemos isso através da história. Tauriel é como uma adolescente: ela pensa que sabe de tudo e que ninguém pode machucá-la. Mas quando é confrontada com um mundo externo, fora da casa dos pais, percebe que este mundo pode ser duro e feri-la. E lá ela vê seu orgulho ser despedaçado e encontra sua sabedoria.
Qual destino você gostaria que Tauriel tivesse?
Não acho que Tauriel faria as mesmas coisas novamente. Ela poderia ter o mesmo destino de Aragorn e fazer uma jornada através da Terra Média, desbravando novos lugares. Não acho que ela iria voltar para o reino da Floresta Negra e receber ordens do rei [Thranduil, interpretado por Lee Pace]. Ela já viu muita coisa.
Qual a importância dos filmes da série «Hobbit» e tudo que foi feito por Tolkien?
Este é o início da jornada. Tolkien escreveu esta história sobre suas crianças. Não acho que ele esperava que isso se tornasse o fenômeno global que se tornou. E quando isso se tornou popular, ele escreveu outros livros (“Senhor dos Anéis” e “O Silmarillion”). Ele criou outros universos e fez seus fã mergulharem totalmente na Terra Média. Este é o início e é um épico.
O que você gosta do universo criado por J.R.R. Tolkien?
O que mais gosto é que há uma clara divisão entre bom e mau. Na vida real não é possível observar isso. Não é claro o que é bom e o que é mau, nós sempre estamos no meio. É muito confuso saber por qual lado seguir, qual decisão tomar para viver sua vida do modo certo. Mas no mundo de Tolkien você luta pelo bem ou pelo mal e sabe qual lado tomar. Isto é muito lindo.
Você uma vez pensou em se aposentar como atriz, mas depois apareceu em «Hobbit», o que ocorreu?
Eu continuarei. Tenho estado em tempo integral como escritora nos últimos três anos e como atriz parcialmente. E adorei isto. Agora estou no universo Marvel [participando do filme “Homem-Formiga”, a ser lançado] e eles dizem que uma vez que tenha assinado com eles, você fará milhares de filmes e nunca sairá de lá. Verei o que acontece. E verei o que fazer em Hollywood também. Se Wes Anderson me pedir para estar em um de seus filmes, claro que estarei. Mas agora estou focando na carreira de escritora.
Se você tivesse que escolher algo para trazer da Terra Média, o que seria?
Escolheria as árvores. Porque não há poluição na Terra Média e o sofrimento que conhecemos neste mundo. Sim, traria as árvores comigo.
Confira o trailer de «O Hobbit»