São mais de quatro décadas de carreira e muitos sucessos na bagagem, mas, nas noites desta sexta (23) e sábado (24), às 22h, Erasmo Carlos resgata o fino de composições um tanto esquecidas, como “Maria Joana”, “Gente Aberta” e “Coqueiro Verde”, na gravação do DVD ao vivo “Meus Lados B”, no palco do Tom Jazz (av. Angélica, 2.331, Higienópolis; tel.: 3255-0084; R$ 160).
Você é um músico consagrado e “Meus Lados B” é audacioso. Como surgiu a ideia desse resgate?
No ano passado eu participei de um projeto chamado “Inusitados”, no Rio, em que eu tinha que fazer algo que não fosse o meu show normal. Foi aí que tive a ideia de fazer “Meus Lados B”. Sempre me pediam uma ou outra música [desse setlist] e quase nunca tive oportunidade de cantar.
Qual é a sensação de resgatar essas músicas e perceber o poder que elas têm até hoje?
É demais. São músicas que adoro e é um momento muito profundo. Sair da mesmice é pleno.
Essa turnê tem prazo de validade? Você pretende manter algumas dessas músicas em outros shows?
Vamos lançar o DVD e ver no que vai dar. Esse é um show para lugares menores, mais intimista, e esse setlist me enriquece.
O show tem um bom número de músicas (23) e a base dele é o clássico “Carlos, Erasmo” (1971). Gostaria que você falasse um pouco desse disco.
Sou suspeito para falar. A crítica também adora esse disco e até o tornou cult. Dizem que ele indicou caminhos. Não sei… Para mim foi tão espontâneo e intuitivo!
“Meus Lados B” representa uma mudança de rumos na carreira?
Não, não. É pontual. Não tenho mais porque fazer mudanças. As novas gerações é que trazem coisas novas. De mim se espera honestidade com meu trabalho.
Você acompanha novos artistas? Quem lhe chama a atenção?
Ah, com certeza! Estou sempre de olho. Tem O Terno, Vanguart, Cachorro Grande. Mas esses últimos já são macaco velho, né?
Como é a sua relação com a internet e a divulgação de seu trabalho na rede?
Ela é a “culpada” por eu conseguir atingir um público mais jovem. Como minhas novas músicas não são muito executadas em rádios e minha gravadora não paga jabá, tenho usado a internet para atingir esse público. E eles, gostando do que faço hoje, vão atrás do que fiz antigamente e assumem aqueles discos como se fossem novos. É ótimo isso.
Assista abaixo a dois clipes do «Tremendão»: