A ex-estrela da TV americana Bill Cosby, envolvido há vários meses em casos de agressão sexual, ofereceu drogas e dinheiro para mulheres com quem teve relações íntimas, revela o jornal «New York Times».
O jornal cita as transcrições de depoimentos de Cosby à Justiça há dez anos, como parte de uma denúncia de uma ex-funcionária da Universidade Temple, Andrea Constand, que o acusa de a ter drogado e abusado sexualmente. O caso terminou em um acordo amigável com Bill Cosby, mas os termos nunca foram revelados.
Nos depoimentos, o comediante afirma ter agido como um mentor a Andrea Constand ao «convidá-la para sua casa para contar-lhe sobre situações pessoais, de como ela cresceu, sua educação», de acordo com o texto citado neste fim de semana pelo «New York Times».
Os dois mantiveram contato no início dos anos 2000 e, uma noite, em sua residência na Pensilvânia (nordeste), o ator diz que lhe deu um comprimido e meio de um fármaco anti-histamínico, Benadryl, para reduzir seu estresse.
Eles teriam se beijado e tido contato sexual, de acordo com a publicação. Mas segundo o advogado da vítima, ela acredita ter tomado uma substância mais poderosa.
Cosby também teria dado US$ 5 mil (quase R$ 16 mil) a outra mulher, Therese Serignese, que o acusa de a ter drogado e abusado. Este dinheiro foi pago por meio de seu agente para que a mulher de Cosby não desconfiasse de nada, assegura o jornal.
O ator, com atualmente 78 anos, afirma que seu relacionamento sexual com Andrea Constand foi consentido, e acusa-a de «ser uma mentirosa».
Nesse depoimento, ele também alega ter tido relações íntimas com pelo menos cinco mulheres e um interesse «romântico» por outras duas. Mas nega ter tido relações sexuais com parceiras de maneira não-consensual.
Desde novembro, trinta mulheres saíram das sombras nos Estados Unidos, acusando Cosby de assédio e, por vezes, estupro, principalmente drogando-as sem o seu conhecimento. Alguns eram menores de idade à data dos fatos alegados, o que em alguns casos remontam aos anos 60.