Em “Perdido em Marte”, que estreia nesta quinta-feira, Matt Damon se vê obrigado a “mandar a ciência à merda” ao se deparar com uma grave situação: estar sozinho no longíquo astro.
O longa é uma adaptação do livro homônimo, de Andrew Weir, dirigido por Ridley Scott, e conta a história de um astronauta deixado para trás no Planeta Vermelho depois de uma tormenta causar a fuga imediata de um grupo de astronautas que monitorava o local.
E não basta estar a 2.253.082 km de casa: na ocasião, Watney se lesiona e fica com uma quantidade limitada de alimento e água – claro que isso aconteceu antes da descoberta divulgada ontem pela Nasa, de que realmente há H2O em Marte (leia mais na página 8).
Enquanto isso, sua equipe, que inclui Beth Johanssen (Kate Mara) e Melissa Lewis (Jessica Chastain), está em um lugar seguro e se prepara para uma missão quase suicida com o objetivo de retornar e resgatar o combalido Watney. Damon, que pode muito bem ser responsável por formar toda uma geração de aspirantes a astros da ciência, falou um pouco sobre o filme no set do estúdio Korda, em Budapeste, na Hungria.
“Sou eu e Ridley em Marte. Essa é uma das boas razões para fazer esse filme. Eu fiz um monte de filmes, mas o gancho para este foi o roteiro, Ridley e o desafio de fazer algo grande”, conta o ator, que, em 2014, esteve em cartaz com “Interestelar”, outra grande produção espacial, na qual interpretava um personagem bem parecido.
“A primeira coisa que disse a Ridley foi que havia interpretado um cara sozinho em um planeta. Então, espero um ano e meio e faço um filme onde interpreto um cara que está perdido em um planeta. Não me parecia uma boa ideia… Ridley sorriu e disse que as sensações do filme e dos personagens são tão diferentes e a capacidade de atenção das pessoas é tão curta que, quando esta produção estreasse, um ano mais tarde, ninguém iria lembrar que eu estive em ‘Insterstelar’.”
Na história, Mark Watney é um biólogo que transforma a estação de investigação remanescente em Marte em um campo para cultivar batatas – tudo apresentado em cenas solitárias que garantem alguns dos bons momentos do filme.
“Mark Watney simplesmente faz tudo o que um cientista perdido em Marte faria”, comenta Damon, que parece não se incomodar com as situações possíveis ou impossíveis no pequeno planeta.
“Eu deixo que a ciência julgue o livro. Ele [Andy Weir, autor do romance] deixou a ciência carregar a história. Drew [Goddard, roteirista] me disse, na primeira vez que conversamos, que ele queria escrever uma carta de amor para a ciência.”
E atenção! Spoiler: sim, a música “Life on Mars”, de David Bowie, é tocada no filme.