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The Cure não foi uma banda depressiva, diz Lol Tolhurst

Ex-baterista e um dos fundadores do The Cure, Lol Tolhurst revela ao Metro como sobreviveu aos anos de excesso Scott Witter/Divulgação

Em 1978, Lol Tolhurst e Robert Smith, dois amigos da pequena cidade de Crawley, subúrbio  de Londres, encontraram inspiração na obra-prima do escritor franco-argelino Albert Camus para formar o The Cure, uma das bandas mais cultuadas das últimas décadas. Após anos de sucesso, Tolhurst saiu grupo devido a problemas com álcool e outras drogas.

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Agora, o co-fundador e ex-baterista conta sua história em detalhes, no seu livro, “Cured: The Tale of Two Imaginary Boys” [Curados: A História de Dois Garotos Imaginários, em tradução livre].

Seu livro vai na contramão das biografias roqueiras que costumam se concentrar nos excessos da carreira. 

Sim, a ideia era contar minha história de forma inusitada. Eu estava de férias no Havaí em 2013 e descobri que The Cure ia se apresentar em Honolulu. Fui ao show e me encontrei com o Robert no camarim. A gente relembrou os velhos tempos, e durante nosso papo eu disse a ele que queria escrever um livro sobre minha vida. Na verdade, eu já tinha pensado nisso há algum tempo, mas acho que aquele momento foi catalisador. Eu não queria escrever um livro sobre o The Cure, mas queria explicar para o mundo como dois garotos como eu e o Robert conseguimos transformar nossa banda naquilo.

Você saiu do The Cure há 28 anos. Por que só agora decidiu escrever essa biografia?

Talvez esse período longo de tempo tenha me ajudado a enxergar com mais clareza os fatos e os eventos. Se eu tivesse escrito o livro há 20 ou 10 anos, acho que não teria a perspectiva que tenho.

Você fala de como as drogas afetaram sua relação com o resto da banda. Como foi ter que deixar o grupo no auge de sua carreira?

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Eu tinha perdido totalmente o controle com as drogas e a única coisa que eu podia  fazer naquele momento era tentar salvar minha vida. Foi muito triste para mim deixar o grupo, principalmente porque eu nunca vi o The Cure como uma “carreira”. Era uma extensão da minha vida.

Qual a impressão mais equivocada que as pessoas têm sobre The Cure?

Acho que é pensar que éramos uma banda soturna. Nunca foi uma banda depressiva. Quando os fãs vinham nos visitar nos bastidores, muitos esperavam encontrar a gente triste. Essa imagem de que os membros do The Cure nunca riem chega a ser curiosa. Nossa tristeza é uma fonte de piada interna para a gente. A gente sempre morreu de rir disso.

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