Americana, divorciada e feminista desde os 11 anos. Essas são algumas das características da atriz Meghan Markle, 36, que se casará neste sábado com o príncipe Harry, 33, no Castelo de Windsor.
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Assim como aconteceu com Kate Middleton e com Diana, Meghan não ganhará oficialmente o título de princesa, pois não tem «sangue real». Será duquesa, como a cunhada. Mas qual é a trajetória da americana que entra agora na tradicional família real britânica?
Carreira de atriz
Meghan, que é formada em comunicação pela universidade americana de Northwestern, em Illinois, fez parte do elenco da série americana Suits, produzida e exibida pela Netflix, que mostra a rotina em um importante escritório de advocacia em Nova York. Foi o trabalho de maior projeção em uma carreira artística relativamente bem sucedida.
Antes de conseguir se destacar como atriz, Meghan teve trabalhos interessantes como o de calígrafa. Usando as técnicas de caligrafia que aprendeu na escola católica que frequentou, ela escrevia convites de casamento em um «bico» bastante lucrativo, como descreveu.
Também manteve por três anos um blog de estilo de vida chamado The Tig, dedicado a assuntos femininos, e se engajou em campanhas por igualdade de gênero. «Nunca quis ser uma mulher que almoça; sempre quis ser uma mulher que trabalha», disse em uma postagem em rede social. A frase faz referência à expressão em inglês «ladies who lunch» usada para descrever mulheres, geralmente da alta classe, sem compromissos de trabalho e que, frequentemente, se encontram com amigas para almoçar em horário comercial.
O feminismo ‘precoce’ de Meghan
O ativismo de Meghan Markle não é novidade em sua trajetória. A história de como se descobriu uma feminista aos 11 anos veio a público durante uma conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) em 2015. Ela começou seu discurso dizendo ter orgulho de ser «mulher e feminista» e relatou um episódio que marcou o fim de sua infância.
Estava na escola, em Los Angeles, quando viu na TV uma propaganda de detergente. A peça comercial da Procter & Gamble dizia que todas as mulheres da América estavam «lutando» contra panelas e frigideiras engorduradas.
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«Dois garotos da minha classe disseram: ‘É isso! É onde as mulheres pertencem, à cozinha», contou Meghan, que é embaixadora da ONU Mulheres e atua em campanhas por direitos das mulheres. «Me lembro de ter ficado chocada e com raiva, além de magoada. Aquilo simplesmente não era certo e algo precisava ser feito.»
O pai de Meghan, o diretor de fotografia Thomas Markle, a incentivou, então, a escrever cartas sobre o que ela estava sentindo. Ela enviou mensagens para a primeira-dama americana àquela época, Hillary Clinton, para a famosa advogada defensora de direitos das mulheres Gloria Allred e para a apresentadora de programa infantil Linda Ellerbee, além da fabricante do detergente.
Para surpresa da atriz, algumas semanas depois, ela recebeu respostas de todas as mulheres para quem tinha escrito. Apenas a Procter & Gamble não retornou. A apresentadora Linda Ellerbee, para quem ela escreveu, decidiu mostrar a história em seu programa de TV. Com a repercussão, a fabricante do detergente acabou mudando a propaganda. Em vez de dirigir seu anúncio apenas às mulheres, mudou para «todas as pessoas na América».
Segundo Meghan, ela não se deu conta naquele momento, mas foi ali, disse, que «me tornei feminista».
Racismo
Até se mudar para o Reino Unido, a atriz vivia em Toronto, no Canadá, mas nasceu e cresceu em Los Angeles, em um bairro conhecido como «a Beverly Hills negra».
Filha do diretor de fotografia Thomas Markle e da assistente social e instrutora de ioga Doria Ragland, que tem origem afroamericana, a atriz já relatou ter sofrido com o racismo diversas vezes.
Quando o namoro com Harry foi anunciado, ela foi alvo de ataques racistas na internet. Na ocasião, um porta-voz da família real emitiu um comunicado dizendo que Harry estava preocupado com a segurança dela, no qual ele ainda criticava a imprensa pela «onda de abuso e assédio».
Em um artigo para a revista Elle americana, Meghan disse se orgulhar de suas origens.
«Minha herança miscigenada, por um lado, já me colocou em uma zona cinzenta no que diz respeito à maneira como eu me identifico. Mas, por outro, ter um pé em cada lado dessa cerca me fez abraçar isso. Dizer quem eu sou e de onde vim. Expressar meu orgulho de ser uma mulher miscigenada forte e confiante.»
Divórcio e filantropia
A atriz será a primeira americana a entrar na família real britânica desde Wallis Simpson, a socialite que se casou em 1937 com o rei Eduardo 8º, obrigando-o a abdicar do trono. A paixão do rei pela americana acabou abrindo caminho para que o pai da atual rainha assumisse o trono.
Meghan, que também já participou das séries Fringe e CSI, se casou em 2011 com o produtor de cinema Trevor Engelson, com quem havia namorado por sete anos. O casal se separou após dois anos de união em um divórcio amigável.
Atualmente, no entanto, o ex-marido está trabalhando em um projeto para a emissora Fox com base na família real. «Divórcios são complicados. Compartilhar guarda é ainda mais complicado. E guarda compartilhada com a família real britânica, quando sua esposa se casa com um príncipe, e ainda sob holofotes inclementes dos tabloides de Londres, é ainda pior», diz a descrição do programa que ainda não foi ao ar.
A atriz também é conhecida no Canadá por seu trabalho filantrópico. Ela é embaixadora da ONG de ajuda humanitária World Vision no país.
A agora noiva de Harry também já viajou a Ruanda, na África, para ajudar uma organização que tenta melhorar as condições de acesso a água potável.
Como o casal se conheceu
Harry e Meghan se conheceram em Londres, em julho de 2016, por meio de amigos em comum.
Um dos melhores amigos dela, o canadense Markus Anderson, foi quem os apresentou. Ele é diretor do clube privado Soho House, em Londres, que é frequentado pelo príncipe e pela elite inglesa.
Somente em outubro de 2016 o namoro dos dois foi revelado publicamente, em reportagem do jornal The Sunday Express.
Em novembro daquele ano, Harry confirmou o namoro por meio de um comunicado.
Na sequência, passaram o Natal juntos em Londres, onde foram flagrados comprando uma árvore de Natal, e depois viajaram para passar o Ano-Novo na Noruega.
Em março deste ano, Meghan acompanhou Harry no casamento de um amigo dele na Jamaica.
Em agosto, o casal viajou por três semanas pela África para celebrar o aniversário de 36 anos da americana.
‘Louca por ele’
Meghan foi capa da revista americana Vanity Fair em outubro. A manchete: «Louca por Harry».
Em entrevista à publicação, ela revelou que o casal começou a namorar seis meses antes de tornarem pública a relação.
«Somos duas pessoas realmente felizes e apaixonadas», declarou. A atriz também afirmou que a história dos dois era só deles, e que isso a fazia especial. E disse «amar uma grande história de amor».
Ela também disse que não mudou nada em sua vida ou em sua personalidade por causa do namoro.
«Eu continuo a mesma pessoa, nunca definiria a mim mesma com base em uma relação.»
Ligação com a realeza
Após esmiuçar a árvore genealógica da família de Meghan, um historiador australiano descobriu que um ancestral do pai da atriz teve sua decapitação ordenada por um parente de Harry, o rei britânico Henry 8º.
A história foi revelada pelo jornal The Sunday Telegraph.
O parente de Meghan, um rico proprietário de terras chamado Lord Hussey, inicialmente nomeado cavaleiro por sua lealdade ao rei, foi depois considerado traidor e teve sua decapitação ordenada.
Segundo o mesmo historiador, um ancestral da família da mãe da atriz foi escravizado.