O banjo, o cavaquinho e o tantã que animavam as festas do Cacique de Ramos no final dos anos 1970 fascinaram Beth Carvalho. Ela sabia que era samba, mas nunca tinha ouvido aqueles instrumentos nas rodas. “Foi um som novo que eu descobri através do Fundo de Quintal”, lembra.
A inovação seria a principal influência do 11º disco da cantora, “De Pé no Chão”, que completa 40 anos em 2018. Para comemorar a data, Beth se une ao grupo que mudou a forma de fazer samba em um show que acontece nesta sexta-feira (28), às 22h, no palco do Credicard Hall (av. das Nações Unidas, 17.955, Santo Amaro; de R$ 90 a R$ 260).
“Estou emocionada antes até de começar. Apesar de já nos conhecermos há muito tempo, nunca fizemos um show juntos. Já participei de apresentações deles, e eles das minhas, mas nunca dessa forma”, comemora Beth, que estreou a turnê no mês passado, no Rio.
Na ocasião, a cantora de 72 anos surpreendeu ao fazer sua performance deitada em um divã devido a fortes dores na coluna, o que não interferiu na qualidade do show.
“Não tem o ‘Na Cama com Madonna’? Então. O samba é paixão, é religião”, enfatiza.
Beth conheceu o Fundo de Quintal quando ele ainda era formado por sete amigos sem pretensões comerciais. É de autoria dele a faixa “Vou Festejar”, um dos maiores hits na voz da cantora.
De lá para cá, o grupo teve diversas formações, com nomes como Almir Guineto, Jorge Aragão, Ubirany, Arlindo Cruz e Valter Sete Cordas. Mas, para Beth, a qualidade musical nunca se perdeu.
“Eu nunca vi um grupo que sai um, entra outro e continua bom. Geralmente, o grupo até acaba. Mas eles não”, elogia.