Documentários sobre as manifestações de 2013 não são exatamente raros. Mas, em “Espero Tua (Re)Volta”, a intenção da diretora Eliza Capai é explorar os protestos não como pretextos por si só, mas como preâmbulos das lutas estudantis que tomariam várias capitais brasileiras nos anos seguintes.
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“A onda de ocupações, em 2015, não teria rolado se esses ativistas não tivessem participado ou, pelo menos, assistido às manifestações de dois anos antes”, acredita Eliza.
O longa é uma das 12 produções brasileiras selecionadas ao Festival de Berlim, que segue até o dia 17. A estreia será no sábado, na mostra “Geração 14+”.
“Lançar esse filme em uma cidade como Berlim, que representou a divisão entre o comunismo e o capitalismo, tem um peso histórico muito grande”, afirma.
O documentário acompanha a trajetória de três estudantes que participaram das ocupações estudantis iniciadas em 2015, em reação a medidas tomadas pelo ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que previa o fechamento de mais de 90 escolas. A proposta foi o estopim para a ocupação de mais de 200 unidades pelo estado.
“O custo emocional para esses jovens foi muito grande. Alguns tiveram síndrome do pânico ou se mudaram porque estavam sofrendo perseguições”, relata a diretora.
A partir da perspectiva dos estudantes, são propostos debates mais amplos, sobre temas como racismo e direitos do grupo LGBTQ+.