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De forma poética, ‘Guerra Fria’ retrata idas e vindas de casal da Polônia comunista

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Não é só o idioma que causa estranheza em «Guerra Fria»: da resolução 4:3 à música folclórica polonesa que abre o filme, tudo parece incomodar. Com tantos elementos atípicos ao cinema contemporâneo, a familiaridade se dá, curiosamente, pela fotografia em preto e branco.

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O longa acompanha uma cantora em ascensão e um pianista que se torna seu tutor – e as semelhanças com outro filme da temporada para por aí. Wictor (Tomasz Kot) e Zula (Joanna Kulig) logo se tornam um casal, mas passam 15 anos entre idas e vindas no relacionamento, afetado pelo embate capitalismo versus comunismo.

Embora o filme leve o nome do conflito entre Estados Unidos e União Soviética, a Guerra Fria serve apenas como pano de fundo para o romance entre os protagonistas. Isso não é pouco: para Zula alcançar a fama, ela precisa se tornar ícone da propaganda comunista, enquanto tudo que Wictor quer é viver em um país em que seja livre para criar o que quiser. Talvez por isso Kulig lidere todas as cenas em que aparece, sempre muito intensa, enquanto Kot é melancólico constantemente, mesmo quando seu personagem está feliz.

A fotografia do filme se aproveita bem do estilo preto e branco e da resolução 4:3. Em uma cena, Zula se transforma em Ofélia, personagem de «Hamlet» lembrada pelo momento em que boia na água e canta, até se afogar. Em outro momento, o ‘modo quadrado’ da tela transforma cenas simples em verdadeiros retratos animados.

«Guerra Fria» aparece entre os indicados ao Oscar em três categorias: Filme Estrangeiro, Diretor e Fotografia. Essa é a segunda vez que Paweł Pawlikowski concorre na premiação – ele venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2015, por «Ida».

Assista ao trailer:

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