O anúncio do Stadia, plataforma de streaming de games da Google, deve ficar marcada como o principal painel da GDC (Game Developers Conference) 2019, que vai até sexta-feira (22) em São Francisco, na Califórnia (EUA). Tratado pela empresa como uma revolução do entretenimento interativo, o serviço deve ser lançado ainda em 2019, sem data confirmada.
Passado o hype da novidade, começaram a surgir os primeiros questionamentos sobre a tecnologia, já que a apresentação não revelou todos os detalhes de como o Stadia vai funcionar na prática. Com a promessa de acabar com a necessidade de consoles, os jogos seriam acessados via nuvem, com transmissão direto dos servidores da Google – e sem a necessidade de armazenamento local.
Assista ao resumo da apresentação (em inglês):
No papel, os poderosos computadores da empresa parecem preparados para entregar a melhor qualidade de imagem, quadros por segundo e latência (tempo de resposta ao acionamento de um comando). Seu processamento gráfico atinge até 10.7 teraflops por segundo, garantindo alto desempenho – o número é maior do que o do PlayStation 4 (até 4.2 teraflops) e o Xbox One X (até 6 teraflops) combinados.
Para completar, os 16 gigabytes de memória RAM podem transferir até 484 gigabytes de dados por segundo. Com isso, o Stadia promete streaming de jogos em até 4K com até 60 quadros por segundo. Notou a quantidade de vezes em que a palavra «até» foi escrita?
O problema está do outro lado do serviço: o usuário. Se todos os dados até aqui impressionam, de nada eles valem se a qualidade da internet do usuário não for compatível. Uma transmissão de um filme 4K na Netflix, por exemplo, exige uma velocidade de internet de ao menos 25 megabytes por segundo para fluir sem problemas – abaixo disso, a qualidade é diminuída para Full HD (1080p), HD (720p) ou até menos.
As primeiras perguntas, portanto, seriam: qual é o mínimo de velocidade de internet que o usuário precisa atingir para rodar jogos na resolução 4k? E na Full HD? O quanto a internet do usuário pode afetar os quadros por segundo e a latência? Por fim, a escolha da qualidade da imagem ficará na mão do jogador ou será automática, da mesma forma que a Netflix?
Preço
Os brasileiros levaram um banho de água fria logo no anúncio do Stadia. Se não há definição de data de lançamento da plataforma – a promessa é que seja neste ano –, o serviço funcionará, em primeiro momento, apenas nos Estados Unidos, Canadá e países da Europa. Assim, não há previsão para que venha ao Brasil.
Uma grande dúvida dos que receberão o Stadia, porém, é em relação ao seu preço. Não foi confirmado se a plataforma funcionará como a Netflix e o Spotify, que requerem assinatura para acesso total ao conteúdo, ou se terá cadastro gratuito e os jogos serão cobrados individualmente, da mesma forma que as lojas digitais de consoles e a Steam.