Jorge Eduardo Guinle (1916-2004) é dessas figuras que se transformaram praticamente em mitos da noite carioca. Herdeiro de uma das famílias mais ricas do Brasil, ele tinha como lema de vida nunca trabalhar – e assim o fez, como bem mostra “Jorginho Guinle – $ó se Vive uma Vez”, que estreia nesta quinta-feira (21).
Dirigido por Otávio Escobar, o filme mistura documentário com ficção para mostrar o jeito despojado de Jorginho curtir a vida, que o levou a ser, inclusive, embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
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Depoimentos dos filhos, amigos e da ex-mulher se alternam entre cenas nas quais Saulo Segreto encarna o personagem que batia ponto nos luxuosos salões do Copacabana Palace e transitou entre as mulheres mais cobiçadas de meados do século 20, como as atrizes Marilyn Monroe, Kim Novak e Rita Hayworth, e os políticos mais influentes da época.
Apesar de o filme ser uma cinebiografia, Jorginho surge também como uma metáfora para a própria ascensão e queda da sociedade carioca, que viu o Rio deixar de ser a capital do país e hoje sofre com um grau de corrupção que culminou na prisão de uma série de ex-governantes.
Isso fica mais evidente quando sabemos que Jorginho, apesar de ter vivido no luxo, morreu pobre, aos 88 anos, por não ter sido capaz de economizar para ter uma velhice tranquila O elenco de “Jorginho Guinle” conta ainda com Leticia Spiller, como a governanta da família, e Guilhermina Guinle, na pele de sua bisavó.