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Lollapalooza: Letrux leva performance expressiva e manifestações políticas ao palco Adidas

Juliana Santos/Metro

O palco Adidas ganhou tons de vermelho neste domingo (7) com Letrux, brasileira destaque do terceiro dia de Lollapalooza.

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Performática, Letícia Novaes – nome por trás da persona Letrux – chega com canções do álbum “Em Noite de Climão”, o único da cantora desde sua empreitada solo. Anteriormente, a artista fazia parte da banda Letuce, que encerrou atividade em 2016.

As letras estavam na ponta da língua dos fãs, que compuseram boa parte da multidão no palco Adidas. Quem pouco conhecia ou nunca havia visto a cantora antes, ainda conseguiu se envolver a ponto de dançar junto com as batidas.

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Letrux não economiza na performance. Ela – que é também poeta e atriz –, usa e abusa das expressões, da dança, dos gestos. Letícia tem total controle de sua própria arte, e não tem medo de brincar com ela.

Portanto, quando ela escolhe lamber o microfone, deitar no chão, cantar de ponta-cabeça ou gritar mensagens descaradamente políticas, o público só fica cada vez mais alucinado.

O visual da banda, da organização do palco e da própria Letrux não ficam para trás em termos de criatividade. A marca é a intensa cor vermelha, presente por toda a roupa de Letícia e de alguns membros da banda. Peças excêntricas, figurinísticas e com toques futuristas e retrô mesclados marcam a estética da apresentação.

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O Lollapalooza deste ano já teve diversos artistas que deram espaço ou fizeram suas próprias manifestações políticas, desde gringos como o Portugal, The Man até brasileiros como Aláfia, Scalene e e Duda Beat. Letrux não foi diferente. No dia que completa-se um ano da prisão do ex-presidente Lula, a cantora fez questão de mencionar a data e dizer, “vocês sabem o por que”. A base aliada do petista, bem como movimentos diversos da esquerda, consideram Lula um preso político.

Ela também fez oposição ao atual presidente, com um grito de “fora, Bolsonaro”. Levou seu público à euforia.

No sábado (6), a organização do festival foi novamente criticada pelo baixo pagamento de trabalhadores contratados para erguer os palcos e estruturas do Lollapalooza. Em denúncia veiculada pelo jornal Folha de S. Paulo, descobriu-se que pessoas em situação de rua receberam cerca de cinquenta reais apenas para montagem dos palcos. Letícia fez tímida referência a esta acusação em uma das últimas falas de seu show. “Queria agradecer a quem ajudou a erguer cada centímetro, quem colocou cada parafuso [deste palco]”, disse. “Viver numa sociedade capitalista é confuso”.

Logo, Letrux retomou uma temática mais subjetiva, com músicas que falam de uma relação quase intrínseca entre dor e o amor. Sua interpretação é teatral, e os sentimentos que ela evoca em sua face e expressão corporal são também adotadas por fãs na plateia. É quase uma catarse coletiva, bem ilustrada com a canção “Amoruim”.

Um grito de um de seus fãs, em um intervalo entre uma música e outra, resume quem é Letícia Novaes quando sobe no palco: “artista!”. E pela confiança com que saltou do palco nos braços da multidão ao final do show, parece que ela sabe.

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