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Bárbara Eugênia canta o amor em tempos hostis com ‘Tuda’, seu quarto disco

O mundo anda tão caótico que ouvir o novo disco de Bárbara Eugênia pode parecer até um pouco extemporâneo. Saiba mais sobre 'Tuda'.

O mundo anda tão caótico que ouvir o novo disco de Bárbara Eugênia pode parecer até um pouco extemporâneo. Enquanto pessoas tentam provar seus pontos de vista no grito e laços afetivos de anos são desfeitos em minutos, a cantora prefere se debruçar sobre um lado diferente em “Tuda”, seu quarto álbum.

Se há uma causa defendida nas 11 faixas do disco, essa causa é o amor em todas as suas formas. “Sou muito hippie, acredito no lado bom do ser humano e que as coisas vão melhorar. O que faço e o que me emociona, na arte, é o que me traz para esse lugar de amor”, diz ela ao Metro Jornal.

Para Bárbara, a melhor forma de exaltar esse sentimento está na aposta em uma sonoridade solar que se distribui ao longo de todo o disco, em uma mistura envolvente de música eletrônica com ritmos bem brasileiros, como se ouve em “Perfeitamente Imperfeita”, na qual o axé surge repaginado e com ar contemporâneo.

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Segundo a cantora e compositora, essa investida mais tropical tem a ver com o envolvimento dela, nos últimos três anos, com o Bloco Pagu, que desfila no Carnaval paulistano e tem como marca uma bateria formada apenas de mulheres.

“Gosto de muitos estilos diferentes de música e sempre busquei uma certa mistura, mas talvez nesse disco isso seja mais gritante por causa dessa coisa mais brasileira. Com o Pagu, tive vontade e coragem de explorar um samba-reggae, um ijexá ”, diz ela.

A ideia de bloco carnavalesco resvala também nas faixas de abertura e encerramento, responsáveis por conectar as duas pontas de “Tuda”, que teve produção conjunta dela ao lado de Clayton Martin e Dustan Gallas.

Enquanto “Saudação” convida à reunião para o que virá, “Eu Vim Saudar” – cantada com Tatá Aeroplano – fecha os trabalhos como um agradecimento. O músico, aliás, é responsável por uma das várias e bem-vindas participações do álbum, intensificadas em sua metade final.

“Bagunça”, com Zeca Baleiro, traz um quê de brega sofisticado por beats divertidos. Já “Querência”, com Iara Rennó, evoca Pato Banton, e “Confusão” traz a quebradeira da guitarrada paraense com a mão de Felipe Cordeiro.

O resultado é um álbum ao mesmo tempo suave e dançante, em sintonia com a crença de Bárbara de que colocar o corpo em movimento pode ser catártico. “Para mim, a dança é o que me faz purgar tudo, gastar energia, me expressar artísticamente. É uma das minhas terapias favoritas”, conclui.

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