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Morre Toni Morrison, primeira negra a ganhar o Nobel de Literatura

Foto: REUTERS/Stephen Chernin/Direitos Reservados

A escritora americana Toni Morrison, primeira negra a ganhar o Nobel de Literatura, morreu na segunda-feira (5), aos 88 anos, em Nova York. A morte foi comunicada nesta terça-feira pela editora que a representava e por sua família.

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«Sua narrativa e sua hipnótica prosa deixaram uma marca indelével na nossa cultura. Seus romances dominam e demandam a nossa atenção», escreveu Sonny Mehta, diretor da editora Alfred A. Knopf, no Twitter.

Em comunicado, a família de Toni Morrison informou que a escritora «morreu após uma breve doença». «Apesar de sua morte representar uma tremenda perda, estamos gratos por ela ter tido uma vida longa e bem vivida», afirma a nota, segundo a agência de notícias AFP.

Conhecida por descrever as dificuldades enfrentadas pela comunidade negra nos EUA, Morrison ganhou o Nobel de Literatura em 1993 e, após uma carreira de décadas, deixa um legado com obras que se destacam pela sua humanidade, como Amada, Canção de Salomão e Deus Ajude essa Criança.

O romance mais famoso de Toni Morrison, Amada, foi inspirado em uma história verdadeira e angustiante que a escritora primeiramente achou «inacessível à arte». O livro lhe rendeu o Pulitzer de ficção em 1988.

Seus outros trabalhos incluíram Playing in the Dark, uma coleção de ensaios; Dreaming Emmett, uma peça sobre o adolescente assassinado Emmett Till; e vários livros infantis de coautoria com Slade Morrison, seu filho que morreu de câncer em 2010.

Toni Morrison também escreveu sobre os horrores da escravidão e do racismo, questionando a noção simplista do bem e do mal.

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Nascida em 1931 em Lorain, no estado de Ohio, Morrison formou-se em letras e lecionou em várias universidades, tendo trabalhado também como editora na Random House, num posto que lhe permitiu divulgar outros nomes da literatura afro-americana.

Sua estreia como autora ocorreu pouco antes de completar 40 anos, em 1970, com o romance O Olho mais Azul, baseado numa história de infância sobre uma criança negra que desejava ter olhos azuis e que foi assediada pelo pai.

Em entrevista ao jornal The New York Times, em 1979, Toni Morrison recordou que se sentia sozinha com os dois filhos, em Nova York, quando começou a escrever. «Escrever era uma coisa que eu fazia à noite, depois de as crianças irem dormir», contou.

Após O Olho mais Azul, seguiram-se Sula (1973), Canção de Salomão (1977), Tar Baby(1981) e Amada (1987), todos eles dando voz a personagens negras e evocando questões relacionadas ao racismo, segregação e minorias.

Em 1993, quando se tornou a primeira escritora negra a ganhar o Nobel de Literatura, a Academia Sueca destacou a presença da tradição afro-americana nas obras da autora, por influência dos livros que lia e das histórias que o pai lhe contava, e da transposição desse patrimônio cultural para romances sobre redenção e integridade.

No Twitter nesta terça-feira, o Nobel escreveu: «Toni Morrison, ganhadora de um prêmio Nobel, morreu aos 88 anos. Ela foi uma das forças literárias mais poderosas e influentes do nosso tempo.»

A escritora foi casada com o arquiteto jamaicano Harold Morrison, com quem teve dois filhos. O casal se divorciou em 1964. A escritora deixa o filho Harold Ford Morrison e três netos.

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