Não foi só o disco que levou o AC/DC ao estrelato. “Highway to Hell”, que completou 40 anos no último dia 27 de julho, é um trabalho emblemático na história da banda australiana.
Esse é o sexto álbum a banda, formada até então pelos irmãos guitarristas Malcolm e Angus Young, o vocalista Bon Scott, o baixista Cliff Williams e o baterista Phil Rudd. E ele chegou como um carro muito rápido correndo por uma autoestrada. A crítica especializada da época colocava “Highway to Hell” entre as melhores coisas já lançadas, chegando ao top 20 da Billboard, mas mais importante e memorável foi a resposta dos fãs, que se apaixonaram pelas dez canções equilibradas em 42 minutos. Estima-se que foram vendidos mais de oito milhões e meio de cópias no mundo.
Apesar dos discos anteriores conterem sucessos como “T.N.T.”, “Jailbreak”, “Dirty Deeds Done Dirt Cheap”, entre outras, foi com o riff da faixa “Highway to Hell” que, enfim, eles entraram para a história da música. E pensar que eles chegaram aos Estados Unidos para gravar praticamente falidos: de acordo com Angus Young, “cada um tinha US$ 10 na carteira.”
Morte
Era o momento sublime do quinteto australiano, que já trabalhava no que viria ser outro grande sucesso, o disco “Back in Black”, mas poucos meses depois, em 19 de fevereiro de 1980, uma tragédia atingiu o AC/DC, com a morte súbita de Scott, por “intoxicação alcoólica aguda”, de acordo como divulgado na época, mas alguns garantem que houve overdose de heroína. Brian Johnson passou a comandar os vocais, e o então novo disco foi regravado e lançado em julho de 1980.
Dos músicos do AC/DC que participaram das gravações de “Highway to Hell” apenas Angus continua em atividade com a banda – Malcolm morreu em 2017 aos 64 anos. Parada desde 2016, quando fez sua última turnê, “Rock or Bust World Tour”, com Axl Rose no vocal, o grupo australiano está em silêncio. Enquanto isso, os fãs esperam novidades, com “Highway to Hell” girando na vitrola.
Satanista
“Highway to Hell” originou as acusações por parte da igreja de que a banda era satanista, em virtude de seu nome e da capa. Para piorar a situação macabra, um serial killer que ficou famoso na época auto-intitulava-se “Night Prowler”, nome da última faixa do disco. Ao ser detido, Richard Ramírez estava com uma peça de roupa com a marca AC/DC e assumiu ser fã da banda.
A capa original
Esta capa foi lançada originalmente na Austrália, ao contrário da versão norte-americana que ganhou o mundo. Aparentemente não houve uma razão específica para a mudança e simplesmente foi rejeitada pela gravadora. Seria diabólica demais?