O DJ Rennan da Penha, criador do famoso Baile da Gaiola no Rio de Janeiro, venceu uma das categorias do 26º Prêmio Multishow. Os ganhadores foram anunciados nesta terça-feira (29), e o hit em parceria com MC Livinho conquistou o troféu de Canção do Ano.
Na cerimônia de entrega das estatuetas, Anitta foi responsável por anunciar o nome de Rennan. Sua esposa, Lorenna Vieira, subiu ao palco junto do empresário e do assessor do artista, em clima de celebração.
«Esse prêmio vai dar bastante força a ele», disse Lorenna, que pretende entregar o troféu ao seu marido no presídio Bangu 9 na próxima terça-feira, durante visita de custódia.
O empresário do DJ, Leleco, comemorou a vitória de Rennan e voltou a contestar sua prisão. «Viva a favela, viva o funk, viva a liberdade de expressão», gritou, no palco dos Prêmios Multishow. «DJ não é bandido, e liberdade a Rennan da Penha!».
Confira o vídeo da entrega do prêmio de Canção do Ano a seguir:
A condenação
Rennan da Silva Santos tinha sido inocentado pela Justiça do Rio de Janeiro em primeira instância das acusações de associação ao tráfico de drogas, mas foi condenado em segunda instância após recurso do Ministério Público do Rio. De acordo com a decisão, ele deverá cumprir 6 anos e 8 meses em regime fechado. A decisão causou revolta nas redes sociais.
A decisão da Justiça decretou a prisão de dez outros denunciados No acordão, o desembargador Antônio Carlos Nascimento Amado afirma que Rennan atuava como «olheiro» do tráfico e produzia músicas «enaltecendo o tráfico de drogas». Segundo a decisão, a polícia teria chegado ao DJ após o relato de uma testemunha. Um dos motivos para a condenação seria uma troca de mensagens do acusado e a «confirmação pela testemunha da existência de bailes funk na comunidade com venda de entorpecente», justamente os bailes promovidos por Rennan.
As testemunhas de defesa, porém, alegaram que trocas de mensagens entre moradores das comunidades sobre a atividade policial são comuns, no intuito de se proteger de tiroteios e eviar danos a veículos por conta da movimentação dos veículos blindados. A defesa teria relatado ainda que as músicas tocadas pelo DJ retratam a realidade das favelas e não enaltecem as atividades criminosas. O músico havia sido inocentado na primeira instância por falta de provas.