Após um processo de luto, que o fez repensar seus caminhos, Rael decidiu finalizar seu novo disco, “Capim-Cidreira”, conectado com a natureza, em busca de calma. Sua próxima apresentação em São Paulo acontece domingo, para mostrar as composições em show gratuito dentro do Festival Percurso (r. Louis Boulanger, s/n, pça. do Campo Limpo; a partir das 10h).
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O que há por trás dessa pegada de “good vibes”?
Acho que positividade é uma coisa que a gente está precisando. Estou falando de amor, de conexão. A internet tinha esse sonho de conectar as pessoas globalmente, mas o mundo anda bem desconectado. Todo mundo afastado, discurso de ódio, polarização… Quis fazer um disco fora disso.
Como foi a concepção de “Capim-Cidreira”?
O [Carlos Eduardo] Miranda (1962-2018) é quem produziria esse disco, mas ele veio a falecer e me encontrei na situação de ter que fazer a produção sozinho. Aí meti as caras, mexi no estúdio, dei o nome de Horta Music, e quando fui ver, já estava plantando na porta de entrada. Fui me conectando mais com a natureza, o universo das plantas, e isso me lembrou a minha vó. Quando criança, para acalmar a gente, ela dava chá de capim-cidreira. E acho que é isso que estamos precisando, de calma.
Você passou por um período depressivo, no entanto criou um repertório leve…
Chegou um momento da gravação em que tive uma crise de depressão. Vi também que na medicina popular o capim-cidreira tem propriedades antidepressivas, e isso me levou a traduzir esse período em “good vibes”.
Este álbum soa bastante diverso…
Dessa vez tem mais coisas da África. Fui pra Angola, Zimbábue e Tanzânia, então me conectei com esse ritmo, que se chama afro fusion, que é o afrobeat inventado pelo Fela Kuti misturado com outras coisas, como house e trap.