Ser artista e viver de sua criação é um trabalho muitas vezes desgastante, em que ele é obrigado a ceder seus conceitos e expectativas para ver suas ideias ganharem o mundo. Outros preferem bater de frente e não perder a pureza de seus ideais, como na história de “O Homem Sem Talento”, de Yoshiharu Tsuge, lançado recentemente pela editora Veneta.
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Chamado no Japão de watakushi (“quadrinhos do eu”, em tradução livre), este é um trabalho de autoficção, em que parte da biografia do autor é contada em uma história. É o caso aqui de Tsuge o seu personagem, um homem aparentemente infeliz, desiludido, que deixa de criar mangás artísticos porque lhe pedem um trabalho menos artístico.
Esse homem passa a enfrentar a sociedade – ou o que esperam dele –, sua mulher, filho, para vender pedras que colhe do rio próximo a sua casa. Uma metáfora das exigências que lhe cercam. Tsuge questiona assim, utilizando também outros personagens, a relação entre dinheiro e arte, como se o primeiro item fosse o fim para sua imaginação.
O autor
Nascido em Tóquio, Yoshiharu Tsuge tem hoje 82 anos e é um dos mais importantes mangaka da história. Foi um pioneiro do estilo gekiga, de quadrinhos realistas para o público adulto, e publicou na influente revista japonesa de vanguarda “Garo”, nos anos 1960. Seu último trabalho com quadrinhos data de 1987.
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