“Changes”, o novo álbum de Justin Bieber, é o quinto trabalho do popstar canadense e seu retorno oficial à música depois de um período sabático. Mais que isso, sua grande cartada na tentativa de recuperar a imagem de bom moço manchada nos últimos anos ao ser visto por aí pichando muro, fazendo xixi em balde de limpeza de restaurante e desprezando presente de fã em show.
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Prova é que o repertório do lançamento aparece todo calcado no R&B, romântico e meloso, com letras em que a maior parte dos versos são dedicados à sua esposa, a modelo Hailey Baldwin. Com a superação do fora de Selena Gomez, ele agora quer mostrar que encontrou o verdadeiro amor. Numa passagem de “Forever”, por exemplo, declara que não sabia do que sentia falta até se reconciliar com Hailey.
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Esteticamente, trata-se de uma ruptura em relação a “Purpose”, de 2015, que trazia vozes e arranjos mais complexos e que, com músicas como “Sorry”, ajudou a empurrar sua imagem de “Baby” finalmente para os recônditos do passado. Mas, agora aos 25 anos, parece que Bieber tenta retomar de alguma forma a aura dos tempos da pista de boliche e cabelo tigelinha.
No período de um ano em que esteve sumido, Bieber sofreu com depressão e foi diagnosticado com a doença de Lyme, enfermidade transmitida pelo carrapato e que pode causar cansaço, febre, dores de cabeça, musculares e nas articulações. Decidiu passar um tempo focado na recuperação da saúde física e mental e priorizar o casamento. Também passou a frequentar a igreja Hillsong. Em coletiva para o lançamento do álbum em Los Angeles, nos Estados Unidos, Justin Bieber desabafou: “Tenho estado mais introvertido há alguns anos, sem saber em quem confiar”.
É admirável que um álbum tome por conceito refletir as lutas internas de um artista, na busca pela expressão das dores e alegrias vividas. Daí nascem grandes obras. Por outro lado, a contenção emocional de Bieber, transportada para o modo de cantar em faixas como “At Least For Now”, “Habitual” e “Come Around”, o colocaram aquém de suas capacidades artísticas.