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Adeus, Quino: Qual a origem de Mafalda?

Luto. Morre, aos 88 anos, o cartunista argentino que criou Mafalda, a menina contestadora amada no mundo todo

Patricio Murphy / Brazil Photo Press/Folhapress

Mafalda amanheceu órfã. Criador de uma das personagens mais queridas dos quadrinhos, o cartunista argentino Quino morreu na quarta-feira (30) aos 88 anos. Ele estava internado desde a semana passada após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

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Nascido Joaquín Salvador Lavado Tejón, em Mendoza, Quino decidiu pelas artes gráficas ainda na infância, encantado com a profissão de um tio. Em Buenos Aires, após alguns “nãos”, conseguiu trabalhar no mercado publicitário e foi aí que a primeira versão de Mafalda surgiu. Em 1962, criou personagens para uma marca de eletrodomésticos que queria usar HQs como propaganda indireta em jornais. Não deu certo. Foi só no ano seguinte que a menina ganhou personalidade e um nome, a pedido da revista Primera Plana.

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Vale Outubro

“Já que não era preciso elogiar as virtudes de nenhum aspirador, fiz a Mafalda reclamona, irascível. A resposta foi imediata”, disse ao jornalista italiano Rodolfo Bracel, que o entrevistou inúmeras vezes desde os anos 1960. Ainda naquela década, sua obra chegou à Europa.

Para muitos de seus admiradores, o argentino “falava” pela pequena Mafalda. De uma timidez “espantosa”, segundo ele mesmo, dava respostas em formato de quadrinhos nas primeiras entrevistas que concedeu.

Para Quino, Mafalda surgiu da contradição. “A criança aprende uma porção de ‘coisas que não se devem fazer’. Quando abre os jornais, descobre que os adultos fazem todas essas coisas proibidas em massacres, guerras etc. É o conflito: ‘Por que os adultos não fazem o que ensinam?’”

Adeus, Mafalda

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Alguns personagens a mais, como Manolito e Susanita, dez anos e 1.928  tirinhas depois, resolveu se despedir de sua estrela, exausto com a rotina de produção.

Em 1976, três anos após o fim de Mafalda, fugiu da ditadura militar na Argentina com a mulher, Alicia. Voltou ao país apenas em 1983, mas dividia o seu tempo entre Buenos Aires, Madri e Milão.

Sua obra continuou a crescer, mas foi ofuscada por Mafalda. Entre seus principais livros estão “Potentes, Prepotentes e Impotentes”, “Quinoterapia” e “Não Fui Eu!”.

“Não quero renegar a tira. Foram dez anos de minha vida”, afirmou. “Mas ela me parece agora muito reclamona e exagerada”. Os fãs, mostram as vendas dos livros, não poderiam discordar mais.

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